Saúde e Bem-Estar
Remédio eficaz e sem contraindicação para crianças?
Ler para os filhos, de zero a seis anos, é essencial no desenvolvimento de adultos mais desenvoltos (Foto: Bigstock)
Pediatras de todo o país vêm sendo orientados a receitarem um medicamento essencial e sem contraindicação para as crianças. O remédio milagroso se chama livros e são recomendados a pacientes de zero a seis anos, de acordo com a campanha da Sociedade Brasileira de Pediatria. A nova “diretriz” foi anunciada na última semana pela entidade médica e busca estimular o aumento das conexões cerebrais nos pequenos por meio da leitura feita a eles pelos pais ou pessoas próximas.
Não basta apenas controlar o peso, altura e vacinas, de acordo com Eduardo Vaz, presidente da SBP. Bebês que recebem o estímulo de escutar histórias podem se tornar adultos mais articulados, desenvoltos e inteligentes. Crianças que nasçam com deficiência também podem ter os mesmos benefícios, pois com o incentivo pela leitura, o cérebro pode criar novas conexões e suprir as habilidades perdidas.
“Estamos atrasados na inclusão do livro na pediatria. Ler para o bebê reflete diretamente em seu bom desenvolvimento, na cognição e na afetividade. Quem lê para o bebê cria com ele um vínculo afetivo para a vida toda e contribui para que ele seja um adulto melhor”, recomenda Vaz.
Pode repetir?
Repetir a mesma história para as crianças não tem problema e é até indicado, de acordo com Evélio Cabrejo, linguista da Universidade Sorbonne, na França, que veio ao Brasil para o lançamento da campanha. “O bebê não escuta a mesma história sempre. Ele descobre uma quantidade enorme de significados diferentes. Além disso, decora tudo. Está exercendo a memória. É uma operação extraordinária”, diz Evélio.
Repetir a mesma história para as crianças não tem problema e é até indicado, de acordo com Evélio Cabrejo, linguista da Universidade Sorbonne, na França, que veio ao Brasil para o lançamento da campanha. “O bebê não escuta a mesma história sempre. Ele descobre uma quantidade enorme de significados diferentes. Além disso, decora tudo. Está exercendo a memória. É uma operação extraordinária”, diz Evélio.
Uma das causas do atraso na fala das crianças, de acordo com Vaz, é a falta de comunicação entre pais e filhos, o que inclui a leitura. “O médico deve abordar as famílias de forma direta, dizendo que é necessário ler para o bebê. Pais analfabetos podem contar histórias para os filhos, e essas crianças se alfabetizam mais rápido, têm facilidade para aprender línguas e têm melhor desempenho acadêmico”, afirma o presidente da SBP.
Com apoio das fundações Maria Cecília Souto Vidigal e Itaú Social, os médicos associados à SBP receberão livros para seus consultórios. Eles terão acesso também à cartilha Receite um Livro – Fortalecendo o Desenvolvimento e o Vínculo, com os benefícios da leitura a bebês.
