Saúde e Bem-Estar

Jovens centenários

Jennifer Koppe
14/10/2007 22:49
Tudo indica que as novas gerações viverão cada vez mais. Mas de nada adianta estender a longevidade sem pensar na qualidade de vida de quem terá a sua velhice prolongada. Não existe fórmula mágica para parar o tempo. É preciso prevenir as doenças do presente para permanecer independente e ativo no futuro.
Os médicos e as estatísticas confirmam: os nossos filhos e netos viverão mais do que nós e provavelmente alcançarão um século de vida. Se compararmos com a Idade Média, época em que a expectativa de vida não ultrapassava os 20 anos, a evolução foi gigantesca. De acordo com a última síntese de indicadores sociais divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil não será diferente. Em 1940, a expectativa de vida era de apenas 45 anos. Atualmente o brasileiro médio já alcança os 72 anos de idade e existem mais de 25 mil centenários no país.
Não se sabe ainda qual é o limite da longevidade para os seres humanos, mas por enquanto calcula-se que não ultrapasse os 122 anos. O geneticista Salmo Raskin, professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), explica que a manipulação do genoma humano dificilmente conseguirá alterar essa estimativa. “Não acredito que no futuro, se pudermos manipular o genoma para regular genes ligados ao envelhecimento, poderemos fazer grande alteração no período de vida humana por ser um processo extremamente complexo. Até hoje, o aumento da sobrevida tem acontecido por avanços na capacidade de tornar o meio ambiente menos desfavorável e as doenças menos letais”, opina.
“A melhora das condições de saneamento, que diminuíram a incidência de doenças infecto-contagiosas, o invento das vacinas e a conscientização das pessoas em relação ao que faz mal à saúde, contribuem para o aumento da longevidade humana. A medicina contribuiu pouco para essa realidade, apenas 12%. Os fatores ambientais, os comportamentais e a genética são os mais influentes”, enumera o geriatra Maurílio José Pinto, professor do Centro Universitário Positivo (UnicenP).
Serviço: Maurílio José Pinto (geriatra) – Fundação de Apoio ao Idoso (Favi), fone (41) 3253-4178 / Salmo Raskin (geneticista) – Genetika, fone (41) 3306-6838 / Socorro Caldas (médica especialista em longevidade saudável e nutrologia), fone (41) 3338- 8353.
jenniferk@gazetadopovo.com.br