Saúde e Bem-Estar

O futuro será dos idosos

Adriano Justino
14/10/2007 22:52
O último censo do IBGE confirma o aumento da longevidade e a redução da fecundidade da população brasileira. A tendência é mundial. Em vários países da Europa, já há mais idosos do que jovens. Resta saber se a sociedade vai estar preparada para abrigar uma população cada vez mais velha, pois ainda vivemos em uma cultura que supervaloriza a juventude. Na Itália, o crescimento populacional negativo está afetando a economia. Nos Estados Unidos, o governo gasta fortunas com internações hospitalares e aposentadorias, abalando o sistema previdenciário. Apesar dos problemas, o sociólogo Lindomar Boneti, professor da PUCPR, diz que a sociedade é capaz de se adequar às transformações. “Na medida em que as pessoas mais velhas se mostram com capacidade para produzir, elas permanecem no mercado de trabalho, contribuindo para o desenvolvimento da economia. Mas para isso, é necessário rediscutir o conceito de idade. Considerar idosa uma pessoa de 60 anos é uma lástima. Alterando este conceito, pode-se atribuir novas funções sociais para quem é mais experiente.”
Embora seja fato que a humanidade viverá mais, não há nenhuma vantagem nisso se não nos prepararmos para uma velhice saudável e produtiva. O aumento da expectativa de vida é um sinal de desenvolvimento, mas nenhum país têm condições de sustentar uma população de doentes e inválidos.
Para garantir uma terceira idade feliz e, principalmente, independente de cuidadores e medicamentos, a prevenção continua sendo a única solução. “O maior erro das pessoas é confundir envelhecimento com doença. Não podemos evitar o passar do tempo, mas através de cuidados com a saúde desde a infância, podemos evitar as doenças que prejudicam a velhice”, explica Maurílio José Pinto. (JK)