Saúde e Bem-Estar

Por isso corro demais

Adriano Justino
01/04/2007 19:14
Aos 84 anos, boa parte das pessoas ou já deixou de dirigir ou o faz com cautela devido às limitações próprias da idade. Não é bem assim com a escritora Liamir Santos Hauer. Dona de saúde inabalável – e de histórias de vida – ela não abre mão de “pilotar” seu Gol novinho em folha: “Não entendo nada de mecânica. Por isso estou sempre de carro novo”. Para dar conta dos muitos afazeres do dia-a-dia, ela confessa que corre, corre demais, como diz a canção de Roberto Carlos. “Sou acelerada por natureza. Casei aos 15 anos, fui emancipada e já tirei carteira de motorista.” Noves fora, lá se vão quase 70 anos atrás do volante…
Por causa do carro comprado em nome de terceiros, Liamir já fez com que a filha tivesse a carteira de habilitação suspensa em função dos pontos perdidos com multas por excesso de velocidade. “Agora estou mais precavida. É melhor pôr o pé no freio do que a mão no bolso”, diverte-se ela, que diz ser a favor da educação no trânsito e não de multas e punições.
E apesar do pé, digamos, pesado, Liamir orgulha-se de nunca ter provocado acidentes. Sempre dirigiu em rodovias. Até para a Argentina ela foi guiando. “Quando morava no Rio, vivia na estrada, que não era nem asfaltada”, conta.
A personalidade intempestiva de dona Liamir produz situação inversa à que acontece com muitos idosos, que ainda se aventuram no trânsito das grandes cidades. Ao invés de ser acusada de andar muito devagar, ela diz já ter ouvido muito “velha louca” por aí quando ultrapassa algum veículo. “Não se percebe o mínimo de gentileza entre os motoristas”, reclama a octogenária, que viu Curitiba crescer pelo seu retrovisor.