Vitamina na profissão

A experiência é a alma desse negócio: um grupo de aposentados de uma empresa petroquímica se reuniu para dar consultoria e prestar serviço para a antiga empregadora. João Gomes, 46 anos, que faz parte do grupo e não ficou nem um dia sem trabalhar nessa transição, aproveitou a oportunidade para colocar em prática todo o conhecimento acumulado nos 20 anos de profissão. Só que o precioso repertório não era seu único bem: o técnico em química se formou também como tecnólogo em processamento de dados, fez especializações em administração e gestão ambiental e está terminando um mestrado em gestão ambiental. “Entre o que eu fazia antes e a minha carreira agora, acredito que hoje tenho um potencial profissional maior. É justamente na aposentadoria que o trabalhador vive o ápice da sua maturidade profissional. E isso aliado à energia, à vontade e ao tempo para se dedicar com mais empenho”, diz. Cabelos brancos e algumas rugas na face já não são mais sinônimo de que a vida profissional está com os dias contados. Em outros países, como o Japão, uma solução para a reabsorção dos profissionais experientes são as equipes multidisciplinares, que misturam trabalhadores jovens e maduros. “É um estímulo para os dois lados, sem nenhum tipo de concorrência entre gerações”, conta o personal coaching Luiz Antonio de Souza Neto. No Brasil ainda há discriminação com o profissional sênior. Mas essa postura deverá ser revertida em pouco tempo, já que a chamada pirâmide populacional está se invertendo e em poucos anos, o país terá 60% de idosos. (LJ)