“Na hora em que você desconfia, já se torna um pouquinho mãe.” A operadora de caixa Rafaela Cristofoli, de 21 anos, descobriu a gravidez há apenas três semanas. O primeiro trimestre, conforme o psicólogo Juarez Marques de Medeiros é a fase do impacto inicial, da adaptação a uma nova situação. A angústia pela mudanças que virão e o medo de abortar também são marcantes.
Para Rafaela, o medo e a ansiedade são reais, pois ela já passou por um aborto. “Já perdi um filho uma vez, então qualquer colicazinha penso que é outra coisa. Estou doida para fazer uma ecografia, quero ver que está tudo bem.”
Sensibilidade
Medeiros diz que outro medo comum é o de não ser boa mãe. “Nessa fase começa a construção do papel de mãe, entra muita coisa em jogo: o que ela viu, aprendeu, como foi sua mãe com ela.”
A sensibilidade exacerbada já atingiu Rafaela: “Qualquer coisa que os outros falam, choro, a gente fica muito boba. Estou irreconhecível, às vezes penso que não sou eu”, brinca. Em meio a todas as dúvidas e receios, a felicidade. “Queríamos muito, mas eu tinha dificuldade de engravidar. Tentamos até o começo do ano, daí relaxamos. Agora que eu não esperava, veio. Cada bebê que vejo, imagino se o meu vai ser parecido, agora só penso nele.”
