- Leite da primeira semana é melhor. Nos primeiros sete dias depois do nascimento, o leite que a mãe produz se chama colostro e tem mais anticorpos para o bebê que no restante do período de amamentação. “A imunidade está presente no leite em qualquer período da amamentação, mas no colostro é muito mais evidente. O leite vai se adequando de acordo com a idade do bebê. Depois que ele garante a imunidade, e o bebê tem uma necessidade maior de proteínas e calorias, o leite se responsabiliza a fornecer”, diz Patrícia Strapação, coordenadora do banco de leite do Hospital Evangélico.
- Ainda que não saia leite, mantenha o bebê mamando. Quanto maior for o estímulo, maior será a produção de leite materno. A boca do bebê, quando faz a sucção do leite, auxilia mais do que a pressão que a mãe exerce com a mão no seio.
- Água, água e água. Para que o leite seja produzido, as mães precisam aumentar o consumo de líquidos, principalmente água. Às mães que tem muito leite, que chega a doer a mama, a orientação dos especialistas é que reduza um pouco o consumo dos líquidos.
- Cerveja preta e canjica não ajudam. Bebidas alcoólicas não ajudam na produção de leite materno. Pelo contrário, até reduzem na quantidade, além de alterarem o gosto. A sobremesa canjica, dentro de uma alimentação saudável, não influencia a produção, mas não precisa ser excluída. Já a cerveja deve ser excluída.
- Pasteurização no leite doado. Antes de ser repassado ao bebê prematuro, o leite doado passa pelo processo térmico da pasteurização, que destrói os possíveis microorganismos presentes.
- Mãe com leite, bebê na UTI. Mesmo que a mãe esteja produzindo leite, o bebê que nasceu prematuro recebe o leite doado como complemento na alimentação, pois não consegue ainda fazer o reflexo de sucção pela boca imatura.
- Restrição de tempo?. Não importa se o bebê tem meses ou anos, não há restrição de tempo para a doação do leite materno. As únicas exigências para mãe é ter feito o pré-natal adequadamente, com todos os exames e ter excesso de leite.
- Benefícios extras. Defesa contra doenças graves, como a pneumonia, garante que o sistema imunológico funcione em perfeitas condições nos primeiros meses, e há quem aposte que o leite materno também ajude a elevar o QI dos bebês, no futuro.
O bebê mamou tudo que podia e ainda sobrou muito leite. Tanto que o seio continua dolorido, inchado e vazando. Que tal doar? Em Curitiba, há dois bancos de doação de leite materno, no Hospital das Clínicas e Evangélico. Juntos, reúnem hoje 210 mães doadoras mensais, mas, para atender todas as crianças internadas nas UTI’s, as doações deveriam dobrar de frequência, e a necessidade por leite materno se espalha pelo país.
Teoricamente, toda mulher teria condições de produzir leite e doar, mas mamães sem o excesso de leite, fumantes, doentes ou em algum tratamento que exija o uso de medicamentos devem evitar as doações. O cheiro do cigarro, bem como os medicamentos, passam para o leite materno, influenciando no gosto do leite. “Os remédios que a mãe toma podem causar um cruzamento com os medicamentos usados nos bebês prematuros, comprometendo o tratamento. A mulher que quer doar, antes de fazer a coleta em casa, deve entrar em contato com os bancos de leite e pedir orientações”, afirma a especialista em aleitamento materno e coordenadora do banco de leite do HC/UFPR, Maria Celestina Bonzanini Grazziotin.
Só prematuros
Bebês que nascem prematuramente, com alguma patologia ou não, são os únicos a receberem os estoques dos bancos de leite. Isso porque, segundo a coordenadora do banco de leite humano do Hospital Evangélico, Patrícia Regina Strapação, dos 500mL que a mãe doa, apenas 20% a 30% são repassados aos bebês depois dos processos de pasteurização e outros exames de análise.
“Se a mãe tiver uma baixa produção de leite para o próprio bebê saudável, talvez seja a forma como ela segura a criança, ou a forma como o bebê está segurando o seio, ou pode ser algo na alimentação da mãe. Ela pode procurar os profissionais dos bancos, que vão ajudá-la, ensinando a massagear e estimular a produção do leite”, afirma Patrícia.
Serviço
Banco de Leite Humano do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná. Telefone (41) 3360-1867. Endereço: Rua General Carneiro, 181, prédio da Maternidade do HC. Horário de funcionamento: segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.
Banco de Leite Humano do Hospital Evangélico. Telefone (41) 3240-5117. Endereço: Alameda Augusto Stellfeld, 1908, Bigorrilho. Horário de funcionamento: segunda a sexta-feira, das 8h às 17h48.
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