Há explicações para essa performance e uma das evidências é a quantidade de operações realizadas. Apenas no Pequeno Príncipe são mais de 700 por ano.
O cirurgião Leonardo Mulinari atua há seis anos no hospital e é responsável por pelo menos 20 cirurgias mensais. Se é da quantidade que surge a qualidade, Mulinari não descansa e, além do aprendizado que a prática viabiliza, participa de congressos internacionais; é médico e a Medicina obriga a um aprimoramento constante.
Mulinari diz, continuamente, que o sucesso nas cirurgias é fruto de um tripé, que é a soma de tecnologia, hospital bem equipado e recursos humanos. Sabbaga também sabe que esses elementos sustentam a qualidade das operações e recorda que quando iniciou na profissão, na década de 60, os raros casos bem-sucedidos eram festejados. Ele fez a residência médica em São Paulo e lembra que, em um final de ano, um professor-cirurgião chegou a reunir a equipe em uma churrascaria para comemorar as vitórias na mesa de operação.
A Medicina é uma ciência que caminha a passos que contam com a prática: operação após operação, estudo de caso a caso. O cirurgião Miguel Agulham aponta para um outro fator, além do tripé e do diagnóstico preciso: a pós-cirurgia. “Depois da operação, é preciso manter o paciente vivo e isso inclui o atendimento de qualidade, as revisões e consultas frequentes, o acompanhamento profissional”, diz Agulham.
O caso da pequena Jeniffer Ribeiro Ossowski, de 2,5 anos, exemplifica as palavras de Agulham. Quando tinha três meses, ela foi internada em decorrência de pneumonia e conseguiu se recuperar. Em dezembro de 2008, precisou retirar o pulmão direito e retorna constantemente ao HC. Em um dos corredores do hospital, ela não se afasta mais de dez metros de um tubo de oxigênio, o que não a impede de pular e sorrir. “A Jeniffer sorrindo é o que nos faz sorrir”, dizem, comovidos, os pais Paulina e Naldo Ossowski. Talvez em 1960 a situação de Jeniffer fosse inviável. Mas em 2010, casos como o dela e de muitas outras crianças podem ser muito difíceis, mas são tratados e, muitas vezes, resolvidos completamente. (MRS)
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