Saúde e Bem-Estar

Três nascimentos, três histórias

Adriano Justino
01/10/2007 01:06
“Não é preciso preparo nenhum para ter parto normal.” Palavra de quem já passou pela experiência três vezes. O primeiro parto de Felicitas Kemmsies, 33 anos, foi na Suécia, onde nasceu Ulf, hoje com 8 anos. “Tive a grande sorte de já estar em um ambiente humanizado. O quarto era mais parecido com o normal, mas fui submetida a algumas coisas que não precisava. Romperam minha bolsa, fiquei em monitoramento constante e me convenceram a deitar na cama. Fiquei presa e com mais medo do que seria necessário. Me perdi na dor e não me concentrei no parto, me senti desconectada do meu corpo.”
Grávida de Björn, hoje com 5 anos, Felicitas soube que voltaria ao Brasil. “Sabia que aqui era ruim, mas não achava que fosse tão grave.” Ela optou por um hospital em que sua médica tinha maior “abertura”. “Isso era importante porque sabia que ela poderia quebrar protocolos se necessário”. O menino nasceu no quarto do hospital, o que causou um rebuliço na instituição. “Era o que eu queria, estava com meu marido me apoiando e isso foi muito importante”, diz. Mas nem tudo foi como ela gostaria. Foi impedida pelas enfermeiras de dar o primeiro banho no bebê. “Me senti tão invadida com aquela atitude! É um momento de muita fragilidade, você está totalmente indefesa.”
Depois dessas experiências, Felicitas decidiu ter Liv, há nove meses, em casa, cercada do carinho e apoio da família.“Uma das coisas que mais me deixou feliz foi minha mãe estar lá. Ela achava um absurdo ter um filho em casa, estava nervosa, mas ficou completamente extasiada. Foi uma transformação para ela também.” (EB)