A obra Passos Despercebidos, fruto do projeto experimental do curso de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), explora a vivência de imigrantes recentes em Curitiba. Publicado por Ana Rossini, Julia Almeida, Malu Cordeiro e Tayná Luyse Cordeiro, o livro apresenta uma série de relatos que vão além dos números, oferecendo um olhar humanizado sobre a imigração contemporânea na capital paranaense.
Passos Despercebidos foi desenvolvido ao longo de sete meses de intensa pesquisa e apuração, incluindo entrevistas em profundidade com imigrantes de diversos países, como Argentina, Venezuela, Síria, Líbia, China, Cuba, Rússia, Haiti, Estados Unidos, Portugal, Uruguai, Angola e Japão. As histórias revelam os desafios enfrentados por pessoas que, em busca de melhores oportunidades, escolheram Curitiba para recomeçar suas vidas. De acordo com o Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), muitos dos personagens abordados na obra solicitaram residência permanente nos últimos cinco anos, período em que Curitiba tem se destacado como um novo destino para estrangeiros.
Para Ana Rossini, uma das autoras, o processo de produção foi uma experiência marcante. “Escrever sempre é um processo intenso, mas acredito que, quando a temática envolve contar histórias de imigrantes, tudo se torna mais complexo. A maioria dos nossos personagens não falava português, e alguns tinham um inglês intermediário, então foi necessário se dedicar inteiramente a cada pessoa, mergulhar em seu mundo, ouvir sua história de vida e, só então, escrever sobre ela,” explica Ana.
A obra aborda questões fundamentais da imigração em Curitiba, da experiência imigrante, como o choque cultural, as barreiras linguísticas e a saudade, além de destacar as motivações e conquistas que impulsionaram cada jornada. Passos Despercebidos traz uma narrativa que ressoa com empatia e sensibilidade, mostrando ao público a riqueza de perspectivas que os imigrantes trazem à cidade e ao país.
Com esta publicação, as jovens autoras não só dão voz às experiências dos imigrantes, mas também reforçam a importância do jornalismo humanitário em tempos de grandes mudanças globais.
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