Uma jovem canadense de apenas 20 anos, Myriam Ducré-Lemay, morreu após beijar o namorado. Ela tinha alergia a amendoim e entrou em crise anafilática porque o namorado havia comido um sanduíche com pasta de amendoim.
O caso aconteceu em 2012, mas a notícia veio a tona nesta semana no “Le Journal de Quebec“, pois a mãe da jovem deu entrevista ao periódico alertando sobre os riscos da alergia alimentar. De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), a reação alérgica pode causar comprometimento cardiocirculatório, com hipotensão e choque, sendo que em questão de minutos o paciente pode evoluir para morte.
Segundo o jornal canadense, o namorado da jovem não sabia da alergia. Como a reação foi instantânea, não houve tempo suficiente para levar a Myriam ao hospital para receber uma dose de adrenalina.
Distribuição de Adrenalina no Brasil
A ASBAE, por meio da Comissão da Anafilaxia, luta para que a Anvisa autorize o registro e comercialização de adrenalina — única droga capaz de salvar a vida de uma pessoa em crise anafilática. A entidade entregou ao Ministério da Saúde um documento com mais de 12 mil assinaturas que fazem parte do abaixo-assinado da campanha Adrenalina Brasil.
De acordo com a ASBAE, o objetivo da campanha é conquistar a comercialização da Epinefrina autoinjetável, mais conhecida como Adrenalina Autoaplicável. “Durante uma reação anafiática, se a pessoa não conseguir chegar a tempo no hospital, ela pode ir a óbito. Por isso, a nossa luta para que a Anvisa autorize o registro desse medicamento”, explica a coordenadora da Comissão de Anafilaxia, Elaine Gagete.
De acordo com a coordenadora, não há empresas interessadas em fazer o registro do medicamento aqui no Brasil. “Estamos solicitando ao Ministério da Saúde que importe a medicação e distribua via SUS, como medicação de alto custo a exemplo do que é feito para fórmulas lácteas e outras medicações”, reitera.