Mascote Fit

Animal

17 anos de amizade

Flávia Alves - Envie sua história para o cadernoanimal@gazetadopovo.com.br
01/05/2010 03:14
Quando a schnauzer Gipsy entrou na vida de Majoe Siqueira, a moeda do Bra­­sil era o Cruzeiro Real, o papa era João Paulo II e o planeta tinha menos de seis milhões de habitantes. Era Natal de 1993. “Eu e meus dois irmãos vivíamos pedindo um ca­­chorro. Um dia minha mãe não aguentou mais e comprou a Gipsy”, conta Majoe, que tinha 12 anos na época. “Ela me adotou como sua do­­na desde o começo”, diz, orgulhosa.
De lá para cá, muito mu­­dou: o Brasil ganhou duas Copas do Mundo, Lula foi eleito e reeleito, o genoma humano foi decodificado. Majoe cresceu, passou pela adolescência, entrou na faculdade e se formou em Direito e em Biologia. Hoje, é uma mu­­lher de 29 anos. O que não mudou foi o amor e o companheirismo entre as duas. “Gipsy sempre esteve presente. Encontrei nela uma verdadeira amiga.” Segundo Majoe, até em seus namoros a cadelinha “deu pitaco”. “Ela sempre implicava com os meus namorados. O único para quem não rosnou foi o Anderson, que hoje é meu noivo.”
Tantos anos juntos renderam boas histórias, mas também al­­guns sustos. Há três anos uma in­­fecção no útero quase levou Gipsy. “Achamos que ela iria morrer. Meu noivo até chegou a me dar a Kayla, uma fêmea de labrador, para me alegrar.” Incri­­velmente Gipsy se recuperou.
Hoje, beirando os 17 anos, a pequena schnauzer tem complicações típicas da idade. “Ela requer cuidados como qualquer cão velhinho”, afirma. Há poucos dias Gipsy teve um AVC, o que fez Majoe perceber que daqui a pouco tempo terá de dizer adeus à sua companheira. “Pra mim é muito difícil pensar nisto.”
Mesmo assim, Majoe tem a certeza de que, quando for, Gipsy deixará muito para ela. “Ela me ensinou a ter respeito pelos animais. E, mais im­­portante de tudo, me ensinou que o amor entre humanos e bichos é uma doação, tanto de um quanto de outro. É um amor incondicional.”