O adestrador Márcio Schouenau diz que as coleiras – que podem ter tanto recursos sonoros quanto impulsos eletrônicos e spray de odor indesejável – são o último recurso de um adestramento. Além disso, o uso não precisa ser contínuo. Ao trocar a coleira antilatido por uma normal, a pressão que faz no pescoço já basta para funcionar como um aviso para o cão. “A última vez que precisei delas utilizei por apenas três dias”, conta. Cada bicho reage de maneira diferente e isso determina quantos dias o cão deve usá-la. Utilizar a coleira por mais de oito horas ao dia pode agredir o animal.
Yasmin, SRD de 4 anos, ganhou a coleira sonora há três meses porque latia o dia todo e quase enlouquecia a proprietária do canil Tam’s Valle, Fabianne Favalli. Seguindo o conselho do veterinário, ela observou a reação de Yasmin e preferiu deixar a regulagem dos apitos no mínimo. “A primeira vez que utilizei a coleira deixei na regulagem máxima e percebi que o som da coleira a perturbava um pouco. O equipamento também era sensível ao latido dos meus outros cachorros e inclusive eu escutava”. Quando diminuiu a intensidade a cachorrinha ficou mais tranquila e latiu menos.
O médico veterinário Carlos Leandro Henemann, da Alles Blau Clínica Veterinária, alerta que a inclusão e retirada de todo equipamento destinado a educação e condicionamento de animais necessita de treinamento e supervisão. “Senão o cão pode deixar de latir em momentos em que está autorizado, como em uma de invasão de domicílio ou nas brincadeiras”, diz ele. O cão deve saber quais são os sons que ele deve ou não respeitar, senão, diz ele, o caráter punitivo fica sem sentido.
Como funcionam
No Brasil as coleiras mais populares emitem um som parecido com o de um apito ou um estalo, por meio de um dispositivo movido a bateria e acoplado à coleira, que é sensível a vibração das cordas vocais do animal. Isso o condiciona a evitar o latido para não ouvir o barulho.
Também é comum nos Estados Unidos e na Europa a comercialização de coleiras com dispositivo de impulso eletrônico, que ao contrário do que se pode pensar, não é um choque, mas uma descarga mínima, de 6V. Essa modalidade alterna sons e impulsos eletrônicos. Há ainda um outro modelo de coleira, também mais comum fora do país, com dispositivo que borrifa citronela no focinho do cão quando ele ameaça latir. O cheiro forte da substância causa um mal-estar que o condiciona a não ladrar, para se proteger do efeito.
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