Mascote Fit

Animal

A saúde começa pela boca

Sue Ellen Calvario, especial para a Gazeta
10/01/2009 02:04
Quando se pensa em gatos, a imagem que vem à mente é a de um bichano lambendo os beiços diante de uma tigela com leite. Mas esse hábito alimentar, especialmente quando se trata de leite de vaca, deve estar fora do cardápio dos gatinhos. Segundo o diretor do curso de Zootecnia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Paulo Parreira, assim como o ser humano, o filhote deve tomar leite materno e, à medida em que amadurece, deve passar à àgua e ração.
Os gatos, mesmo os de estimação, são classificados como carnívoros, por isso, os donos não devem se assustar se eles saírem para caçar e voltar com um rato. “Eles costumam presentear seus donos com caças, mas isso não significa que ele vá comer a presa”, diz Parreira.
Isso também não quer dizer que eles devam comer somente carne. O gato precisa de nutrientes que são encontrados em outros alimentos. Hoje, há muitas opções elaboradas para a alimentação deles. Para os filhotes, já existe até leite em pó especial que substitui o leite da gata.
A comida feita em casa pode ser usada, mas muito pouco. Não porque faz mal. Mas porque demanda muito tempo de preparo pelo dono. Para atender a todas as necessidades fisiológicas do gato, é preciso preparar pratos variados. Só um macarrão, por exemplo, não serve. Com a ração, isso é evitado. “Sem dúvida a ração industrializada é a melhor opção. Além de ser mais econômica contém todos os nutrientes necessários para ter uma saúde perfeita”, diz a médica veterinária Bianca Ricci Borba, especialista em felinos, do Hospital Veterinário Batel.
Uma boa alimentação garante a qualidade de vida ao bichano. “Além de deixar a pelagem sedosa, dá mais vitalidade ao bicho e reduz o volume e o odor das fezes”, diz Parreira. Vale lembrar que os bons hábitos alimentares também previnem várias doenças, como cistite e cálculos de bexiga.
Existem, hoje, muitas pesquisas científicas a respeito da alimentação dos gatos. De acordo com Parreira, as fábricas de ração devem seguir as normas exigidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Então, ao comprar a comida do bicho, é aconselhável observar se há a aprovação legal, para não ter problemas.
As rações têm várias classificações. Elas podem ser divididas por idade, sexo, raça ou por sabor. Se o seu bicho for filhote, ele vai precisar de uma alimentação diferente da dos mais velhos. As fêmeas gestantes ou lactantes também precisam de atenção especial. “É importante oferecer ao seu gato uma ração de acordo com o estilo de vida dele. Se ele é castrado, se vive em apartamento, se tem pelo longo”, diz Bianca.
Fresquinha
Os gatos não precisam de alimentação verde, apesar de existirem alguns que se sentem atraídos por vegetais. “Conheço alguns que adoram uma folha de alface e até brócolis”, diz a veterinária. Um tipo de suplemento alimentar, encontrado em pet shops, é a grama para gatos, que ajuda na prevenção da formação das bolas de pêlos, um problema comum devido ao hábito de se lamberem e que pode causar vômitos e fezes ressecadas.
Os gatos preferem alimentos frescos, isto é, que acabaram de ser colocados no prato, ou de pacotes que acabaram de ser abertos. “O ideal é colocar uma pequena quantidade de ração no potinho e ir repondo durante todo o dia. Assim a ração sempre estará fresca e crocante.”
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Atenção
Gatos também precisam de cuidados especiais. Confira algumas dicas:
> Não dê chocolate ao seu felino, que contém um ácido que impede a absorção do cálcio.
> Gato é gato, cachorro é cachorro. Então, evite dar a comida de um para o outro.
A ração para cachorros não tem taurina, uma substância essencial para os gatos.
A longo prazo, a falta da taurina pode causar cegueira e outros problemas de saúde.
> Quando filhote, o gato deve tomar o leite materno. Depois de adulto ele deve se alimentar de água e ração. Existe um mito de que o gato tem que beber leite. Isso não é verdade. Alguns gatos não digerem a lactose, um componente do leite, o que pode causar fezes moles, diarreia e até gastrite.
> Não mude drasticamente a alimentação do seu bicho. Isso pode causar desde problemas leves como a diarreia até os mais graves como a anorexia.
Fontes: Bianca Ricci Borba, médica veterinária especialista em felinos, do Hospital Veterinário Batel e Paulo Parreira, diretor do curso de zootecnia da PUCPR.