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Animal

Câncer é comum em cães e gatos

Carlos Coelho
02/05/2009 03:10
Nos humanos, uma das doenças mais preocupantes. No pet, uma das mais recorrentes. Segundo estudos norte-americanos, o câncer é responsável pela morte de um em cada quatro cães dos Estados Unidos. Embora o Brasil não tenha pesquisas semelhantes, especialistas daqui garantem que a realidade não é diferente. Apesar dos dados alarmantes, a doença tem tratamento e cura. E nessa batalha, vale um velho conhecido ditado: “prevenir é melhor do que remediar.”
A solução mais eficiente são os exames preventivos. É o que garante o médico veterinário Robson Pasquale, que se especializou em câncer animal nos Estados Unidos e há um mês abriu uma clínica de oncologia em Curitiba, a Oncovet. “É preciso estar atento aos sinais nos pets. Funciona da mesma forma como nos humanos. Quanto mais cedo descobrir o tumor, maiores são as chances de curá-lo”, explica.
Tratamento ameno
Além da descoberta precoce, Robson Pasquale afirma que é importante o tratamento correto da doença e o acompanhamento da saúde do pet. Hoje, as técnicas existentes lembram o que existe à disposição dos humanos. “O pet com câncer pode fazer a cirurgia de retirada do tumor, quimioterapia e radioterapia”, diz. Mas engana-se quem pensa que tratamento é sinônimo de sofrimento. “Diferente dos humanos, nos animais o foco é a qualidade de vida. Às vezes o câncer nem é retirado, apenas controlado, para que o animal, que tem uma vida curta, possa viver normalmente. Isso diminui muito os efeitos colaterais.”
O boxer Yuri é um exemplo da vitória na luta contra o câncer e todos os seus mitos. Há poucos anos, em uma visita ao seu médico veterinário, foi descoberto um tumor maligno em seu testículo. “Como ele era jovem, a cirurgia era a melhor saída”, relembra a sua dona, Maria Tereza Castor Volpi. Seu tratamento foi tranquilo. “Ele não sofreu em nenhum momento. Foi bem mais brando do que eu esperava”, diz. Hoje, as visitas ao médico veterinário são ainda mais constantes. “Como sei que o câncer é uma doença séria, que pode voltar, não descuido em nenhum momento”, diz ela.
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Tipos
Segundo os médicos veterinários consultados, os tumores de mama, pele e os linfomas são as modalidades mais incidentes no Brasil. Confira como preveni-las e identificá-las:
Mama
Assim como nos humanos, o câncer de mama é o tipo que mais atinge cães e gatos. De fácil ocorrência, esse tumor também é facilmente identificado. É caracterizado por nódulos (espécie de caroço rígido) nas glândulas mamárias. Após os 6 anos, aumentam as chances de sua ocorrência. A dica é sempre examinar as glândulas mamárias dos pets. Castrar o animal nas primeiras semanas de vida reduz quase totalmente a probabilidade deste câncer.
Pele
Segundo lugar no ranking dos tumores em pets, o câncer de pele é comum em cães com mais de 8 anos e em gatos de pelagem branca. Algumas raças têm predisposição genética a este tipo de tumor, como pitbulls e weimaraners. Também pode ser prevenido. Para evitá-lo, a recomendação é passar filtro solar embaixo do focinho e dos olhos e evitar a exposição excessiva do pet ao sol, principalmente em animais com predisposição genética. Para identificá-lo, o proprietário deve ficar atento a manchas, nódulos e feridas na pele do animal.
Linfoma
É o tumor que se desenvolve nos gânglios (elementos distribuídos ao longo do corpo, parte do sistema linfático) de cães e, principalmente, de gatos. Pesquisas indicam que a sua incidência é maior em animais de áreas urbanas do que em animais de áreas rurais. Sua identificação é feita observando o inchaço na região lateral da garganta dos cães e gatos (assemelha-se à caxumba, doença comum em humanos).
Fonte: Robson Pasquale, médico veterinário especializado em oncologia animal.