Para muitas pessoas, a morte de um bichinho de estimação é uma perda comparada à morte de alguém da família. Este é o tema que a psicóloga Solange Wiegan vai abordar na palestra “O luto na perda do animal de estimação” que acontece na próxima segunda-feira (5,) na Universidade Positivo, em Curitiba. A vontade de falar sobre o assunto em uma palestra gratuita e aberta ao público surgiu das aulas que ela que ministra no Curso de Tanatologia (estudo científico da morte), na própria universidade.
Nos debates, ela percebeu que os alunos precisavam de muito tempo para falar sobre a morte de seus animais e que a sociedade não aceita bem o assunto quando a perda é comparada a um familiar. “Qualquer perda que você sofra, real ou simbólica, deve ser elaborada para não virar um luto patológico”, diz a psicóloga. Ou seja, muitas vezes a relação que a pessoa desenvolve com o animal de estimação é tão forte quanto os vínculos familiares. Dessa forma, quando a morte acontece – súbita ou esperada – o sentimento é tão intenso quanto perder um ser humano.
Ela explica que, ao mascarar o luto, a dificuldade de lidar com esse sentimento aumenta, podendo levar a doenças como depressão e até dores físicas. “A sociedade não dá permissão para que as pessoas sofram esse tipo de perda. Muita gente acha que é exagero, que era só um animal, mas não é só isso. Os animais de estimação são companheiros e muitas vezes fazem o papel da família, sim”, considera.
Para a psicóloga, o tempo para lidar com esse luto depende de cada pessoa e é relativo à intensidade do relacionamento e da idade do tutor. “Pessoas mais velhas tendem a demorar mais para lidar com a situação do que as crianças. Em qualquer caso, no entanto, não é recomendado substituir imediatamente um animal por outro”, conta.
Serviço: A palestra “O luto na perda do animal de estimação”, ministrada pela psicóloga e professora do curso de Tanatologia Solange Wiegan acontece na próxima segunda-feira, 5, às 8h20, na Universidade Positivo – Auditório 1 do Bloco Amarelo. R. Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 – Ecoville. A entrada é gratuita.