A médica veterinária da Clínica Veterinária Vida Livre Paula Beatriz Mangini explica que isso acontece porque, na natureza, os saguis são animais que vivem em grupos, nos quais há sempre um líder. “Mesmo criados em casa, os animais mantêm esse instinto e, quando ficam adultos, tendem a começar a brigar com as pessoas para impor sua liderança.”
Segundo ela, em alguns casos, castrar o animal diminui essa tendência, mas a solução não é totalmente eficaz. “Pode ajudar, mas é difícil controlá-los. Uma dica é optar por um animal do sexo oposto ao do dono, caso ele more sozinho. Se mora com a família, é mais complicado porque, em geral, a implicância é sempre com um membro específico da casa.”
Como são animais que precisam de muita atenção, a médica veterinária da Clínica Veterinária Pangea Zoo Tácila Tibério também recomenda que os donos não deixem o pet sozinho. “O melhor é ter espaço em casa para um viveiro grande, limpo e arejado, em que ele possa se locomover, escalar e brincar à vontade, e sempre ter mais de um sagui para que eles façam companhia um para o outro”, recomenda.
Como os pets são muito rápidos, a dica também é que os donos não deixem os animais soltos sem supervisão. “É preciso estar sempre de olho. Isso evita acidentes, já que eles podem mexer em fios elétricos, objetos cortantes ou colocar algum produto nocivo na boca.”
Os donos devem também deixar brinquedos à disposição – tomando cuidado para que não tenham peças que possam ser engolidas –, e investir em atividades lúdicas. “A pessoa pode brincar de esconder um brinquedo ou uma parte da refeição dele e incentivá-lo a procurá-los, por exemplo”, afirma Paula.
Chiquinho
Apesar de todas estas dificuldades em ter um sagui em casa, as especialistas garantem: mesmo temperamentais, não há quem resista a esse pet. “Eles são muito ativos, brincalhões, curiosos e precisam estar sempre se mexendo”, diz Paula.
Há anos, a dona de casa Eva Souza, que mora em Telêmaco Borba, no centro-oeste do estado, sonhava em ter um sagui em casa. Depois de muita pesquisa para se certificar de que estava comprando um animal legalizado, há seis meses, ela encontrou um petshop de Curitiba que vendia o animal e não teve dúvidas: comprou Chiquinho, de um ano. E ela diz que não se arrepende.
“Tenho um espaço grande no quintal de casa, então ele já escolheu uma árvore para ficar. Como o deixo solto, o Chiquinho anda pela casa, sobe pelas cortinas, pede colo e adora ficar no ombro das pessoas. A convivência com ele é ótima”, conta.
Não abandone!
Se você comprou um sagui e se arrependeu, não abandone o pet em algum parque ou região de mata da cidade. Como não são acostumados com a vida selvagem, os animais costumam morrer sem os donos. Nestes casos, entre em contato com o criador que fez a venda ou com o Ibama – o telefone é 0800-618080 – para verificar como é feita a devolução. Em geral, a pessoa pode fazer uma doação do animal, sob supervisão do Ibama. O dinheiro não é devolvido.
Perguntas e respostas
Veja as dúvidas mais comuns dos donos de sagui:
– Como devo alimentar o sagui?
Os saguis devem ter refeições variadas, que incluam frutas, verduras e fontes de proteína (como queijo branco, ovo cozido e carne bovina ou de frango cozida e sem gordura). Alguns gostam de sementes, então também se pode oferecer arroz e feijão cozidos sem tempero.
– Que tipo de alimentos devem ser evitados?
É bom tomar cuidado com os doces. Os saguis costumam gostar muito de balas, chocolates e confeitos, mas facilmente se tornam diabéticos e isso pode matá-los. Como na mata os saguis têm o costume de roer árvores e comer a goma que forma no interior delas, vale a pena oferecer goma arábica sem sabor uma vez a cada dois meses, o que sacia o apetite e os aproxima de seus hábitos naturais.
– Quais os cuidados com o viveiro?
O viveiro deve ser higienizado de duas a três vezes por dia, para evitar o acúmulo de fungos e bactérias nocivas. Também é bom ficar de olho na temperatura do local. Como costuma fazer frio em Curitiba, principalmente à noite e nos dias de inverno, os donos devem se preocupar em manter os ambientes aquecidos. Por isso, não deixe o viveiro em um local que receba muito vento e instale uma casinha na qual o sagui possa se proteger.
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