A capacidade de responder mais adequadamente aos estímulos externos faz a inteligência dos animais. Mas segundo Mauro Lantzman, médico veterinário especialista em comportamento animal e professor de psicobiologia da PUCSP, o julgamento comparativo entre a inteligência de raças ou espécies é algo muito relativo. Confira:
O que pode ser considerado instinto animal?
Instinto tem um contexto popular, hoje se fala mais em comportamentos determinados geneticamente ou inatos à espécie, que são herdados pelos animais e que servem para habilitá-los a viverem no ambiente, vinculados mais a questões de alimentação, reprodução e defesa.
E a inteligência?
Ela diz respeito a capacidade de resposta do animal diante de estímulos ambientais diferentes, sua capacidade de fazer previsões e escolhas. Se o animal vê uma opção alimentar, mas ele está inacessível, essa observação, junto à tomada de decisão, é a sua inteligência. O instinto o guia para o alimento, já a inteligência calcula o modo de atingi-lo da melhor forma.
Há animais mais ou menos inteligentes?
O poodle é mais inteligente que o wippet, por exemplo, mas isso depende dos critérios de julgamento. O primeiro foi criado para caça, então sua percepção do ambiente é mais completa e a tomada de decisão é melhor e mais rápida, enquanto o wippet – criado e selecionado pra corrida – não tem essa característica bem desenvolvida. O border collie, criado originalmente para o pastoreio, se dá bem em campeonatos de agility, posto que é muito atento. Já um beagle nessa competição não sai do lugar, ao contrário de um campeonato de caça, onde ele é muito mais habilidoso que o outro.
A punição é a melhor forma de ensinar os animais?
Existem várias formas de ensinar, tanto por estímulos aversivos – quando é utilizada a aversão para educar – quanto pelos positivos, como a idéia da recompensa quando se faz as coisas certas. Reforço, aversão, extinção e modelamento são algumas das técnicas de ensino.
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