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Problema que faz cachorros mancarem é comum em raças de pequeno porte

Flávia Alves, especial para a Gazeta do Povo
18/08/2018 12:00
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Raças pequenas, como o yorkshire, são mais suscetíveis à luxação. Foto: Bigstock.

Se seu cãozinho manca ou tem dificuldade de colocar a pata no chão, fique atento: ele pode estar com uma luxação de patela, problema muito frequente entre os pets, principalmente os de raças menores. O que poucos tutores sabem é que a condição pode ser diagnosticada antes mesmo de o cão começar a demonstrar e que a detecção precoce é fundamental para evitar problemas mais graves no futuro.
A patela (ou rótula) é um pequeno osso que fica alojado na parte da frente do joelho, dentro do sulco patelar. Ela é responsável por alinhar o joelho aos músculos, por isso quando há o deslocamento, além da dor, o animal não consegue sentir firmeza para pisar.
“É importante que se faça a avaliação do paciente jovem para que se tomem alguns cuidados. Mesmo quando a indicação é cirúrgica, sempre é mais fácil e melhor”, alerta Filipe Curti, médico veterinário responsável pelo setor de Cirurgia e Ortopedia do Hospital Veterinário Santa Mônica. Isso porque, segundo ele, a luxação pode ser facilmente detectada já no seu primeiro grau, por meio de exame clínico de rotina.

Como evitar

Nestes casos mais leves, recomenda-se a adoção de cuidados desde cedo, como a manutenção do peso ideal, evitar exercícios de impacto (como agility), não deixar que os cães subam e desçam de locais altos (até mesmo do sofá e cama) e evitar que se movimentem em pisos escorregadios.
 (Foto: Bigstock)
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No entanto, apesar de toda cautela, a luxação pode evoluir, exigindo correção cirúrgica. “O grau a ser operado ainda é um ponto muito discutido (entre os médicos veterinários), mas a partir do segundo se cogita a cirurgia, já que não existem medicamentos capazes de fazer o problema regredir, apenas amenizam a dor e possíveis inflamações associadas”, explica Curti. Segundo ele, o tratamento é fundamental, pois além de progressiva, a luxação pode causar degeneração, levando o animal a até mesmo perder os movimentos da perna.

Causas

Geralmente, a luxação é um problema genético, e algumas raças são mais afetadas, principalmente as de pequeno porte, como shih-tsu, lhasa apso, maltês, yorkshire, pug e dachshund. Em muitos casos, os cães já nascem com um certo grau de luxação — seja porque apresentam algum desvio na estrutura óssea ou por terem o sulco que abriga a patela naturalmente mais raso.
Traumas (como atropelamentos ou quedas), hábitos de vida (como a prática de exercícios intensos e agility), sobrepeso e até mesmo a idade podem resultar na luxação e contribuir com sua evolução. Algumas vezes a luxação de patela pode ser consequência de outras doenças ou condições, por isso é necessária uma investigação mais profunda para determinar o tratamento, o que geralmente é feito por meio de exames de raio-x. “Há casos em que há desvios ósseos que levam à luxação, então de nada adianta tratar o problema sem tratar este desvio”, explica Curti.

Gatos

(Foto: Bigstock)
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Embora seja possível que gatos desenvolvam a luxação de patela, ela raramente está associada a causas genéticas. “Gatos são naturalmente menos pré-dispostos a ter este tipo de luxação, mas alguns traumas podem causá-la”, explica Filipe Curti. “A cada 100 casos de luxação de patela que atendemos, 98 são de cães e apenas 2 de gatos”, justifica.
A luxação de patela tem quatro graus e o tratamento depende deles. Confira: 
Grau 1
A patela só sai do lugar se houver tensão (durante o exame médico ortopédico, por exemplo), e retorna ao local imediatamente após cessada a tensão. Com o manejo adequado (manutenção do peso, evitar piso escorregadio e exercícios intensos) pode-se evitar a progressão.
Grau 2
A patela sai do lugar sozinha (durante uma caminhada, por exemplo), mas também volta sozinha. Há casos em que os animais desenvolvem uma técnica para isso, como por exemplo dar um “chutinho” para trás. Muitos médicos veterinários recomendam intervenção cirúrgica a partir deste grau.
Grau 3
A patela sai do lugar e só volta com ajuda (do tutor ou veterinário), mas volta a sair logo após. A cirurgia é totalmente indicada.
Grau 4
A patela está fora do lugar e ninguém consegue realocá-la. A cirurgia é totalmente indicada, pois neste grau a mobilidade é quase sempre comprometida.
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