Certificação alimentar
Essa característica do produto pode ser uma ameaça para a saúde do cão no futuro, alerta o diretor do curso de zootecnia da Pontifícia Universidade do Paraná (PUCPR), Paulo Parreira. Ele explica que “os prejuízos para o animal que consome a vida inteira uma ração desse tipo aparecem a longo prazo. Quando mais velho, ele tenderá a ter problemas articulares, musculares, no trato gastrointestinal e outros males decorrentes dessa nutrição ruim”.
No presente, os reflexos da alimentação pobre também aparecem, mas estão muito mais relacionados à estética do cão do que à saúde. “O animal alimentado com esse tipo de ração tem problemas com a pelagem, que fica opaca e quebradiça, fezes maiores e com um cheiro pior. Você vê por fora o que o alimento está fazendo por dentro”, diz Parreira.
A comerciária Maísa Panúzio viu os efeitos de uma ração de má qualidade sobre sua pinscher Shakira, de 3 anos. “Ela não se deu bem com uma ração muito barata que comprei certa vez. Seus pêlos caíram muito e ela vomitou. A ração era dessas de pacote fechado. Hoje, opto por uma que compro a granel, porque nunca tive problemas com a desse tipo”, conta Maísa.
Mas a atitude da comerciária ainda é considerada errada pelos veterinários, que não recomendam que a ração seja comprada a granel. Acondicionado de maneira incorreta, o alimento canino vendido dessa forma pode deteriorar durante a comercialização. Parreira explica que “os aviários costumam colocar as rações em grandes latões e não esperam a ração acabar no recipiente para voltar a enchê-lo. Então, a ração que fica embaixo estraga e contamina a de cima. O que ocorre também é que esses alimentos ficam expostos e isso acelera o processo de oxidação do produto”.
O diretor executivo da Associação Nacional de Alimentos para Animais de Estimação (Anfalpet), José Edson França, acredita que “o consumidor compra esse tipo de ração por uma imposição do poder aquisitivo. Enquanto um pacote de 15 quilos da ração de combate custa cerca de R$ 15 nos mercados curitibanos, o valor das de melhor qualidade pode ser até dez vezes maior”.
* * * * *
Certificação alimentar
Certificação alimentar
No Brasil, ainda não há uma classificação oficial para as rações. O mercado é quem as classifica como premium, superpremium, standart e econômicas. A principal diferença entre cada uma delas é a qualidade dos ingredientes que as compõem e a tecnologia aplicada para o balanceamento da ração.
Colunistas
Agenda
Animal