Mascote Fit

Animal

Os limites na hora de embelezar o pet

Thatiana Bueno
12/09/2015 15:06
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A tintura pode prejudicar o trato gastrointestinal do animal, quando usada com frequência. (Foto: Bigstock)
O Viver Bem conversou com a coordenadora do curso de Medicina Veterinária da PUCPR, professora Rita Maria Venancio Rocha, e também com Priscila Harami, veterinária e responsável técnica do Nosso Pet Embelezamento de Animais, sobre cinco práticas que merecem atenção.
TINTURA DOS PELOS
Sim, há pessoas especializadas em beleza animal e até mesmo concursos de arte pelo mundo. Costuma-se colorir cães com pelagem branca que absorve melhor as tintas e mantém a coloração uniforme, pois raças com pelos naturalmente coloridos, ou de pelagem longa e lisa, não mudam de cor facilmente. Os produtos específicos para a pintura de pets garantem ser antialérgicos e atóxicos, e geralmente a coloração some progressivamente à medida que o animal toma banho. Mas mesmo que a fórmula seja especial para eles, nunca deixe de fazer um teste antes de utilizá-la e conferir com um veterinário o tipo de pelo e de pele do seu mascote. Rita lembra que, “da mesma forma que os esmaltes, as tinturas podem, no mínimo, prejudicar o trato gastrointestinal dos animais, quando usadas com frequência”. Jamais use tinta de cabelo humano no cachorro ou qualquer corante, inclusive papel crepom, pois podem levar a problemas alérgicos. Mantenha o focinho e os olhos longe da pintura. E observe o comportamento do seu cão, pois alguns não gostam de banho, ou não gostam de colocar roupa, por exemplo, então pintá-los pode causar incômodo e irritação. Priscila não aconselha este procedimento no pet shop que trabalha justamente por considerar o processo estressante e de risco.
HIDRATAR, ALISAR E CAUTERIZAR
Sim, há tratamentos que lembram o cuidado com as madeixas humanas, mas feitos com produtos para uso veterinário. Rita reforça que “produtos químicos usados para alterar a forma natural dos pelos agirá não somente neles, mas também na pele do cão ou do gato, e fatalmente o uso frequente poderá causar dermatite e lesões secundárias”. Então a oferta desses serviços deve ser baseada em critérios técnicos, e não tão repetida. Priscila conta que no Nosso Pet Embelezamento de Animais, em relação aos penteados, eles buscam sempre inovar e estar atualizados, “pois a procura realmente é grande. Os clientes sempre aparecem com ideias e fotos, e buscamos atender da melhor maneira e dentro das possibilidades e dos limites do animal”. Mesmo com várias opções de penteados e decorações disponíveis, o estabelecimento faz uma avaliação com o pet para poder realizar os serviços. Os critérios deles são: bem-estar, tipo de pelagem, tamanho e padrão das raças.
TOSAR ERRADO
Mais do que estética, cortar os pelos é um cuidado de higiene e saúde, independente da estação do ano. Porém, nada de cortar demais no verão e de menos no inverno. Segundo a veterinária Priscila, “o foco em estética animal é colocar em primeiro lugar o bem-estar e saúde do bichinho de estimação”. As tosas não representam problemas quando o animalzinho é mantido em ambiente protegido e com controle de temperatura, mesmo que elas sejam mais “radicais” ou “criativas”. A professora Rita aponta que o problema é o comportamento natural do pet que poderá ser prejudicado, se ele não estiver acostumado com isso desde filhote.
ROUPAS E FANTASIAS
A pelagem segura a temperatura corporal e serve como uma proteção natural. Portanto, tecidos quentes ou fantasias que não se justam adequadamente ao animalzinho trazem o mesmo desconforto que sentimos quando nos encontramos em situação semelhante, exemplifica Rita, aliado ao fato de a termorregulação de cães ser sabidamente feita de forma diferente do que no ser humano.
ESMALTE E UNHAS
“Mesmo que os esmaltes tenham uma formulação específica para uso em animais, o que na maioria das vezes não é verdade, alguns cães se sentem incomodados e lambem o produto”, ressalta a professora Rita. Existem esmaltes, removedores de esmaltes e até mesmo unhas postiças para cães e gatos, conhecidas como soft craws. Porém, afiar as unhas faz parte da natureza dos felinos e ainda que consigam andar, se coçar ou espreguiçar, “para gatos e cachorros as unhas têm importância no deslocamento e defesa. Isso pode afetar o comportamento natural e o bem-estar mesmo de animaizinhos mantidos dentro de casa”, explica Rita. O Nosso Pet Embelezamento de Animais não oferece a colocação de unhas de silicone porque, segundo a responsável técnica, além do estresse que pode causar há o risco de um gato ou outro animal coabitante ingerir uma destas unhas e vir a desencadear uma alteração gástrica.