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Animal

Sem medo da epilepsia

Rafaela Bortolin
05/06/2010 03:14


Confira mais informações sobre a epilepsia
Quem vê o border collie Bill, de 6 anos, correndo, tentando subir nos mó­­veis e fazendo a maior bagunça pela casa não imagina pelo que ele já passou. Diagnos­ticado com epilepsia canina há quatro anos, ele está com o problema controlado e não mostra sinais da doença. Mas nem sempre foi assim. “Nunca vou esquecer a primeira crise. Foi horrível, ele gritou e, quando vi, estava se debatendo no chão. Nos meses seguintes, tentamos vários tratamentos, mas nada dava certo e ele chegou a ter 15 crises por dia”, conta a dona, a diarista Si­­dinei Liberati de Oliveira. Agora, até a bagunça feita por Bill é motivo para comemorar. “Em agosto, vai completar um ano que ele não tem mais nada. Ele vive fazendo arte, mas é uma alegria vê-lo tão saudável e feliz.”
Assim como Bill, não são raros os cães que demonstram sinais da doença ao longo da vida. In­­cu­­rável, a epilepsia atinge diversas raças e tem sintomas que vão de simples tremores até a total perda de consciência. Analisando assim, ela pode até assustar, mas os especialistas garantem: apesar de grave, o problema tem tratamento e os pets podem levar uma vida normal com medicação controlada.
Convulsões
Segundo os especialistas, é importante que os donos entendam que uma única crise convulsiva isolada não é necessariamente um sinal de que o cachorro tem epilepsia. “A doença é caracterizada por convulsões recorrentes, que se repetem com frequência em um determinado período de tempo”, explica o médico veterinário e professor de Anatomia da Univer­sidade Federal do Paraná (UFPR), Édison Farias.
A doença afeta cães de todas as raças, independentemente da idade e do tamanho, desde os de raça grande, como o border collie, são bernardo, pastor alemão, rotweiller e golden retriever, até os pequenos poodle, shiht-zu e beagle. “Mesmo os sem raça definida podem manifestar o problema”, comenta Fer­­nan­do Bach, médico veterinário especializado em neurologia de cães e gatos da Clinivet Hospital e Centro Diagnóstico Veterinário.
Idiopática: não são encontradas lesões cerebrais e as convulsões derivam de predisposição genética. Surge quando o animal tem entre um e cinco anos e é a causa mais comum do problema em cães.
Por lesões: intracranianas, como na hidrocefalia, neoplasias, inflamações, infecções e traumas; ou em outras regiões do corpo.
Sintomática: quando os sintomas aparecem antes do primeiro ano de vida ou após os cinco anos. Não há formas de impedir o aparecimento da doença e o melhor é manter uma rotina de consultas e exames regulares com médicos veterinários, que podem identificar fatores de risco.
Fonte: Édison Luiz Prisco Farias, médico veterinário e professor do departamento de Anatomia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Carlos Leandro Henemann, médico veterinário da Alles Blau Clínica Veterinária.