Seu cão perde muito pelo? Veja as raças que perdem menos
Carolina Kirchner Furquim, especial
14/07/2016 08:00
Foto: Bigstock
Na hora de “contar” os pelos que as golden retrievers Clara, Estrela e Noah, a poodle Natasha e o shih-tzu Quatro deixam pela casa, a jornalista Débora Cardoso, 23 anos é enfática. “As goldens e a poodle, de pelo curto, perdem muito pelo. Quando troca a estação, então, dá para juntar de balde”, brinca ela.
Com o shih-tzu, de pelagem longa, é o inverso. “Ele solta pouco pelo e só escovamos para não embolar. O Quatro vive no sofá, no colo, no tapete, e não temos problema com isso. Já as fêmeas precisam de escovação diária e começamos a varrer assim que entram em casa. Para brincar com elas, só com roupas bem velhas”, conta.
A jornalista Débora Cardoso e o shih-tzu Quatro. Por ter pelagem longa, ele quase não solta pelos (Foto: arquivo pessoal)
Parece estranho, mas é isso mesmo. Todos os cães fazem troca de pelos e aqueles de pelagem curta, que não precisam ser tosados, perdem muito mais “cabelo” durante o processo. “Cães de pelo longo que precisam passar pela tosa com regularidade são os que dão muito menos trabalho neste sentido, porque os pelos têm crescimento contínuo. Os pelos curtos, por sua vez, se renovam com uma frequência muito maior, por isso a queda também é muito mais acentuada”, explica o médico veterinárioCarlos Roberto de Assis. Ou seja, para quem se incomoda com a possibilidade de pelos pela casa ou grudados em móveis e roupas, animais de pelos longos são os mais indicados.
De uma maneira geral, cachorros realizam trocas sazonais duas vezes ao ano, no outono e na primavera. “Contudo, em cães de países tropicais como o Brasil, onde as estações não são bem definidas, a perda de pelo é observada durante o ano todo, com uma intensidade um pouco maior nos meses de abril, maio, setembro e outubro”, diz o veterinário.
Por outro lado, a queda de pelos pode estar relacionada a fatores como infecções de pele bacterianas ou parasitárias, sarnas, fungos, estresse, doenças sistêmicas, desnutrição e dieta incorreta. “A troca normal de pelagem (sazonal) deve acontecer sem falhas localizadas, descamação de pele, feridas e coceiras. Os pelos também não devem estar foscos e quebradiços”, salienta a médica veterinária Raquel Sillas, do Hospital Veterinário Batel. Na presença destes sintomas, o animal deve ser avaliado por um profissional.
Gatos
A mesma lógica dos cães também vale para gatos. Quem bem sabe disso é o analista de suporte Marcos Costa, 31 anos, dono dos gatos Bowie, um vira-lata, e Bruce, uma misturinha de ragdoll. “O Bowie tem pelagem curta e solta pelos dispersos diariamente. O Bruce tem pelos longos e solta raramente. Quando acontece, a perda é de tufos que se embolaram, o que facilita o controle”, diz. Bruce é tosado a cada 4 ou 5 meses porque os pelos, quando muito longos, dificultam a higiene diária feita pelos gatos. “Ele fica com uma juba e rabo enormes e, durante a lambedura, a língua não consegue chegar até o final dos fios. A tosa também ajuda a diminuir os nós e a formação e expulsão de bolas de pelo”, afirma.
O analista de suporte Marcos Costa e os gatos Bowie e Bruce: o primeiro solta pelos todos os dias. O segundo, raramente (Foto: arquivo pessoal)
Casa sob controle
Quem tem animais em ambientes internos precisa de um aparato completo, que vai de escovas a aspirador de pó, para mantê-los livres da pelagem solta. Uma dica valiosa é usar luvas de borracha (daquelas de lavar louça) sobre superfícies que retêm pelos (como sofás, tapetes, camas, almofadas e roupas). Com algumas passadas, os pelos se juntam e formam uma bola fácil de ser removida.
Uns mais, outros menos
Cães de raças de pelagem curta, como pinscher, wippet, beagle, fox paulistinha, pug, golden retriever, dachshund, dálmata e labrador, perdem muito pelo porque a renovação dos fios é constante.
A queda acentuada também se observa em raças de pelo parcialmente longo, como pastor alemão, chow-chow e akita, que têm subpelos densos.
Cães de raças como poodle, maltês, yorkshire, lhasa apso e shih-tzu, praticamente não perdem pelo em nenhuma época do ano. A justificativa está no crescimento contínuo dos pelos.
Banhos na frequência indicada pelo médico veterinário e escovas especiais para pets ajudam a agilizar o tempo das trocas.