Cães-guias proporcionam novas perspectivas, autonomia e liberdade para pessoas com deficiências visual. É por isso que, a cada ano, na última quarta-feira do mês de abril – em 2024, esta quarta (24) – é celebrado o Dia Internacional do Cão-Guia, data que também é símbolo de luta dos deficientes visuais por melhores condições para usufruir dos benefícios de possuir um animal especializado em guiá-los.
Para cumprirem com suas funções, eles passam por um treinamento especializado e intensivo. Segundo uma estimativa do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) feita em 2019, a cada dez animais em treinamento, somente quatro se tornam aptos para desempenhar o trabalho.
“O cães são selecionados com base em suas características de temperamento, inteligência, obediência e disposição para o trabalho. Durante o processo, aprendem uma variedade de comandos, desde caminhar em linha reta até desviar de obstáculos e reconhecer sinais de trânsito”, explica, em nota, Marina Meireles, médica veterinária comportamentalista no
Nouvet, centro veterinário de nível hospitalar em São Paulo.
Segundo informações do Programa Cão-Guia do IF Goiano Campus Urutaí, o tempo de formação do cão-guia é de aproximadamente dois anos. O processo é composto por três etapas: socialização, treinamento e adaptação.
A socialização começa logo após a fase de amamentação. Neste período, os animais são levados para diferentes ambientes sociais, como trabalho, academias, shopping centers, restaurantes, ônibus, etc. Essa fase foca em: educação, obediência e foco no trabalho de guiar.
Depois, o cão será treinado durante um período de 4 a 6 meses. Neste período, é realizada a seleção dos candidatos a usuário de cão-guia. Só então o candidato selecionado é convidado a realizar o curso de formação de dupla, conhecido como processo de adaptação.
Muito além de um companheiro
Os cães-guia são treinados para tomar decisões independentes, focadas em manter a segurança de seus tutores. Por isso, por mais tentador que seja interagir com um cachorro na rua, é necessário respeitar os cães-guia e entender que eles estão trabalhando quando acompanhados de seus tutores. Então, é essencial não distrai-los para que eles possam cumprir com sua tarefa principal.
Ao oferecer apoio emocional, aumentando a confiança e a autoestima de seus parceiros humanos, os cães-guia também dão suporte prático, facilitam a mobilidade, promovem a inclusão e a igualdade. “Com uma grande responsabilidade, o papel desses pets na sociedade vai além da assistência física. Eles viabilizam que pessoas cegas ou com baixa visão vivam vidas plenas e produtivas, desafiando estereótipos e preconceitos, além de participar de atividades cotidianas e se integrar completamente à sociedade”, defende Marina em nota.