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SINTONIZANDO: Três lições de “Os Dez Mandamentos” para a Globo

Willian Bressan
28/11/2015 15:00
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A saga de Moisés e seu povo conquistou o público. (Foto: Record/Divulgação)

Para alívio da Globo e das demais emissoras, “Os Dez Mandamentos” chegou ao fim na semana passada após 176 capítulos. A trama de Vivian de Oliveira, baseada na história bíblica de Moisés, “abriu o mar vermelho na televisão” e conquistou vitórias históricas sobre a vênus platinada. Apesar disso, a emissora errou ao não mostrar o final. Apenas um “Continua” foi exibido na tela. Detalhe: a “segunda temporada” só vai ao ar em março de 2016. Também pecou em esticar demais (leia-se, enrolar) os capítulos, além de repetir a exaustão algumas cenas. Entre (alguns) erros e (muitos) acertos, ficaram boas lições.
A primeira é que é preciso ser diferente. O SBT aprendeu isso com as novelas infantis. A Record só agora, muitos tempo depois copiando as tramas da Globo, entendeu que o filão bíblico tem muito potencial a ser explorado. E também concluiu que novela é hábito: surpreendentemente, “Os Dez Mandamentos” manteve-se fiel ao horário de exibição (20h30).
A segunda é que planejamento é imprescindível. Sem prever um sucesso tão grande, a emissora tinha encomendando “Escrava Mãe”, uma trama sobre a mãe de Escrava Isaura para ir ao ar. “A Terra Prometida”, baseada na história de Josué, só foi planejada depois. E a emissora desistiu de exibir a trama inédita – quase totalmente gravada – para colocar reprises bíblicas até Terra Prometida ficar pronta. Pode ser um tiro no pé.
A terceira lição deixada é que é preciso inovar e estar atenta às novas plataformas. “Os Dez Mandamentos” vai para a Netflix. Um gol. Também vai ganhar um filme.
Erros são compreensíveis. Mas é preciso tomar cuidado para que o efeito “Pantanal” (Manchete, 1990) e “Éramos Seis” (SBT, 1994) não se repita. Sem planejamento, tanto Manchete quando SBT fizeram história, mas os sucessos não continuaram. Tomara que este não seja o caso da Record. Com mais opções de entretenimento, ganham todos.