Especializada em educação especial, Escola Nilza Tartuce celebra 60 anos com planos de expansão
Patrícia Sankari
14/06/2024 15:40
A escola conta com duas unidades em Curitiba. | Divulgação/Escola Nilza Tartuce
A preocupação com a inclusão parece ter se tornado mais comum em anos recentes, mas faz parte do dia a dia da Escola Nilza Tartuce há mais de meio século: em 2024, a instituição que oferece ensino infantil e fundamental na modalidade de Educação Especial para crianças com deficiência intelectual e autismo está completando 60 anos.
“Hoje, a escola aqui na Unidade Centro é composta por quatro casas antigas, a maioria sem adaptações. A ideia é construirmos uma escola adaptada, estruturada no mesmo local onde nós estamos”, explica a diretora da unidade Centro da Escola Nilza Tartuce, Adriana do Pilar Rupprecht Zablonsky.
Mais do que ampliar a capacidade, o objetivo é modernizar a estrutura e oferecer novas atividades, como hidroterapia. "Hoje, nós não oferecemos isso para as crianças e, na nova escola, eles terão essa possibilidade. Na parte esportiva, vamos ter locais bem mais acessíveis e adequados para a prática de esportes, e a panificadora de escola vai ser ainda melhor. Com todas as instalações necessárias, tudo vai ser melhorado para nossos alunos. Vai ser uma escola modelo”, diz a diretora auxiliar da unidade Centro, Ana Maria Lima Zem.
Para concretizar o projeto, que está em fase de captação de parceiros e recursos e deve se concretizar em cinco anos, as atividades deverão ser realocadas temporariamente. "Vamos buscar um local para instalarmos o trabalho durante um período de dois a três anos, enquanto estará sendo construída a nova escola, e aí nós retornaremos", revela Adriana.
Evolução em 60 anos
Ao longo de seis décadas, a Escola Nilza Tartuce passou por outras transformações: expandiu suas instalações e aprimorou suas metodologias, consolidando-se como uma referência na área de educação especial no Paraná. “Durante todo esse tempo, a gente veio aperfeiçoando nossas propostas de alfabetização e metodologias", afirma Ana.
"Nós trabalhamos os mesmos conteúdos que o ensino dito “comum”, porém em mais tempo. Trabalhamos com ciclos e etapas, então cada criança tem um Plano de Atendimento Individualizado (PAI). Ele é construído junto com as famílias e, ao longo do tempo, vai sendo adaptado e ajustado”, explica.
Com duas unidades – uma localizada no Centro Cívico e outra no Campo Comprido –, a escola atende aproximadamente 300 alunos, oferecendo um ambiente físico adequado e, um dos principais diferenciais, uma equipe multidisciplinar. “A educação especializada tem um tripé de base que é a saúde, a educação e a assistência social. Então, aqui dentro da escola, nós temos que articular essas três áreas, porque, em paralelo à parte pedagógica, as crianças também recebem atendimento terapêutico, de fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia, médico, médico-pediatra”, explica Adriana.
Além das crianças
A presença e parceria com as famílias é muito importante e é articulada pela instituição, que foca no fortalecimento de vínculos. “Percebemos que quanto mais trazemos a família, melhor é o resultado dessa criança, porque com as orientações necessárias [para a família], o filho sai com todos os benefícios", avalia Ana.
O envolvimento da família se dá de diversas formas, mas, desde 2006, ele envolve um seminário anual de formação e integração.
"De lá para cá, promovemos encontros que trazem as informações de que esses parentes precisam. Inclusive, é feita uma enquete, em que eles colocam as dúvidas e as informações de que têm necessidade de receber, e nós vamos buscar os profissionais [que poderão ajudar]. Às vezes, é com escritórios de advocacia, às vezes, é com pessoas que representam órgãos do governo, às vezes, é com nutricionista. E aí elaboramos um programa de palestras e auxiliamos essas famílias a receberem a informação necessária”, explica.
A escola também se destaca por suas iniciativas de responsabilidade social, como a Panificadora Escola, que capacita familiares, promovendo a geração de renda. “Começamos a capacitar os pais no mercado de trabalho a partir de 2008, pensando nas famílias que estão fora do mercado, mas também nas muitas mães que não conseguem trabalhar, por conta de toda a rotina que a criança exige. Então, oferecemos aqui dentro, com o apoio do Sindicato de Panificação do Estado do Paraná, a capacitação para que possa virar uma fonte de renda para aquela família”, conta Ana.