Por Palhaça Sacarosi (Brenda Santos), Centro Médico Comunitário
O sr. Eduardo era muito bom com as palavras e vivia nos impres- sionando com tamanha sabedoria. Lembro-me que em nosso primeiro encontro, minha dupla, Frutuoso, disse:
— Prazer, Frutuoso… de abundância em frutas. Na sequência, também me apresentei:
— Prazer, sou a Sacarosi!
Neste instante, sr. Eduardo riu como se fosse a piada mais engra- çada que já tinha ouvido.
RÁ RÁ RÁ RÁ RÁ!
Sem entender o motivo da gargalhada, o acompanhamos naquele ataque de risos.
RÁ RÁ RÁ RÁ RÁ
RÁ RÁ RÁ RÁ RÁ
RÁ RÁ RÁ RÁ RÁ
Após se recuperar e retomar o fôlego, me disse que Sacarosi era um nome um tanto quanto "catatônico".
— Catatônico? — pensei em voz alta. Sem exatamente entender o que tal palavra significa, eu e Frutuoso nos olhamos e imaginamos ser algo bom, até porque "tônico" parece ser algo forte como biotônico. Me senti, então, uma super palhaça catatônica.
Tempo depois, descobrimos que o sr. Eduardo tinha fama de ser bom de lábia, era de seu costume inventar palavras e sair distribuindo sem muita explicação, e nós, sempre acreditávamos.
— Que papelão, sr. Eduardo!
RUM.
Leia mais uma história do livro "Encontros, risos e outras molduras: um breve retrato da arte da palhaçaria em hospitais": De cara com a onça.
