Por Palhaço Edward (Eduardo Lima), Hospital do Idoso
Passando pelo quarto, percebemos um “jovem” sentado na cama. Esticando os olhos para dentro, vemos uma senhora paciente sentada no local dos acompanhantes. Entramos. Já dentro, soubemos que o jovem era o neto da acompanhante. Ela estava reclamando que ele não comia comida direito, “comida de verdade”, dizia ela.
Olhamos para o jovem de quase dois metros de altura e falamos:
— É verdade, a senhora tem razão. Olha, o coitadinho quase nem cresceu!
Eles riram.
— Quando chegar em casa, vou fazer o meu cachorro-quente especial. Misturo o meu molho, que já não se faz hoje em dia, numa panela com as salsichas cortadas em cubos e pronto. Uma delícia!
Salivamos e nos escalamos imediatamente para provar tão deliciosa iguaria:
— Quando a gente pode ir tomar um café na casa da senhora para provar esse cachorro-quente especial?
Ela olha pra gente e fala:
— Oxe, e quem falou que eu convidei vocês para ir comer meu cachorro-quente? Cada um que faça na sua casa — e deram risada.
Tentamos convencê-la com os mais sinceros convencimentos a nos convidar, mas… não teve jeito.
Cada um com seu cachorro-quente. Hunf!
Leia mais uma história do livro "Encontros, risos e outras molduras: um breve retrato da arte da palhaçaria em hospitais": O medo de Mariana.
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