Risos

E a realidade fugiu (lado de dentro, lado de fora)

Nariz Solidário
Nariz Solidário
10/06/2024 15:14
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Por Palhaça Semilla (Patricia Barbara Zupo), Hospital Universitário
“Vocês são a alegria da minha alma. Eu nunca vou esquecer vocês", disse o menino Leandro para nós, três palhaços e um mascote junino de dedo. Isso aconteceu enquanto, do violão, saía um som desafinado de amor em homenagem a São João.
Com essa energia de um primeiro encontro, seguimos.
Ao som de "O balão vai subindo, vai caindo a garoa…", a menina Maria apresentou seu amiguinho de pelúcia. E nesse vaivém musical, a tal da pelúcia pediu BIS.
Antvin afinou, mostrou os primeiros acordes, a fim de apresentar ali o maior concerto de sua vida! Três, dois, um e… nota 10!!! Emocionados, agradecemos. Rosa, da cama ao lado, sorriu, disse que o show tocou sua alma e que viu toda a performance com o coração.
Alguns bebês bateram o pé, acompanhando Fernanda, que se alimentava feliz e contente. Enquanto isso, pai, mãe, tios, jurados atentos, ergueram as placas e… nos deram novamente outra nota 10, e todos dançamos juntos.
As enfermeiras, ao canto, batiam palmas; a tia Angela até parou de assistir Frozen. Antvin nos deu a deixa e, num olhar cativante, iniciamos nossa partida.
Houve despedida, aplausos, e quase rolou uma sessão de autógrafos (se ao menos tivéssemos uma caneta!).
Em outro corredor, um senhor roqueiro pediu para tocarmos Raul e fez uma live "ao vivo", Aparecida e eu nos sentimos esbeltas na telinha, mandamos beijo pra mãe, pra vocês e até pra Xuxa! Clap, clap, clap, clap.
Volta a música: "O balão vai subindo, vai caindo a garoa…”, e nesse domingo junino saímos de seu quarto enquanto uma mãe dizia, sorrindo: "Vocês apareceram aqui para me trazer para fora".
Celebramos, agradecemos, deixamos ela lá dentro e nós é que fomos para fora.
Leia mais uma história do livro "Encontros, risos e outras molduras: um breve retrato da arte da palhaçaria em hospitais": Ernesto.