Risos

Trapezista

Nariz Solidário
Nariz Solidário
10/06/2024 17:11
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Por Palhaço Pureza (José Ronaldo Ribeiro), Hospital Universitário
Dona Terezinha estava acompanhada da sua filha. Junto com ela, no mesmo quarto, havia mais duas pacientes: uma também acompa- nhada da filha e outra mais jovem acompanhada de seu marido.
Ele entrava e saía do quarto freneticamente.
Dona Terezinha, com semblante muito triste e desanimada, nos contou que sonhou com uma mulher pendurada no teto. Palhaça Semilla interpretou rapidamente:
— Mas claro, só pode ser uma trapezista!
A senhora prontamente nos falou sobre sua paixão pelo circo e, finalmente, abriu um grande sorriso, que impulsiona o início do espetáculo:
— Respeitável público, senhoras e senhores, senhoritas e senhoritos…
— Olha a pipoca! Olha a pipoca!
— Na corda-bamba, a grande equilibrista…
Luzes se apagam e acendem enquanto o marido da paciente mais jovem continua a entrar e sair freneticamente.
— Olhares suspensos com o globo da morte, meu povo…
— Senhoras e senhores, com vocês: o grande mágico…
Risos… Risos… Aplausos!
Quando já estávamos de saída, nos esbarramos com aquele senhor, aquele que entrava e saia do quarto com muita ansiedade. Ali entendemos tudo, ele estava atrasado para mais uma sessão cir- cense, é claro.
Leia mais uma história do livro "Encontros, risos e outras molduras: um breve retrato da arte da palhaçaria em hospitais": Bom de Lábia.