Por Palhaço Pureza (José Ronaldo Ribeiro), Hospital Universitário
Foi um presente encontrar o sr. João Batista. Um senhor muito simples, já idoso e conhecido meu, em meio a outros pacientes, estava acompanhado de seu filho. Começamos nossa conversa com ele e, de início, mostrou-se muito empático conosco. Um homem de sorriso fácil, desses que pega a gente.
Enquanto ele explicava sobre o motivo de seu internamento, perguntei se ele gostaria de uma dose da injeção da alegria, cuja dose emergencial eu sempre carrego em meus enormes bolsos. Ele, mesmo que um tanto desconfiado, aceitou.
Aplicamos a injeção na sua perna direita, o efeito foi tão grande que acabou desencadeando um ataque de risos no seu João, que já vinha de uma sequência repetida de risos feito cuíca. Sem vacina pra isso, os demais ali acabaram contagiados também. Aproveitamos o compasso para compor uma dança e fomos saindo. Até parece que fomos nós que recebemos a injeção.
Leia mais uma história do livro "Encontros, risos e outras molduras: um breve retrato da arte da palhaçaria em hospitais": Como uma andorinha.
