Nossa primeira parada foi na Canaã Tricot, onde conversamos com o presidente da associação, Verli Antonio Moleta. Ele, como já é comum no setor de confecção, lamenta a concorrência dos produtos asiáticos, mas acredita que o diferencial de criatividade da produção local e a união entre as fábricas da cidade faz a diferença. “As empresas daqui não são concorrentes, pelo contrário, é só com a união de todos que conseguimos melhores preços dos fornecedores e assim ter o destaque que temos com a FEMAI (Feira de Malhas de Imbituva), que no próximo ano terá sua 30ª edição, com 21 dias”.
Logo na próxima esquina, encontramos Soely Stadler, proprietária da Universal Malhas, empresa que começou há cerca de 20 anos, com o investimento de apenas dois salários mínimos e com o empréstimo das máquinas que sua mãe usava na antiga malharia. “As primeiras vendas foram pagando os equipamentos e aos poucos fomos investindo mais, com muita vontade de trabalhar, vendo que havia um mercado promissor e sempre querendo fazer com que o negócio crescesse”, conta.
E foi esse investimento pessoal que fez com que a marca crescesse e não precisasse depender da facção para outras grifes. Na cidade, algumas indústrias fabricam peças para Colcci, Morena Rosa e Ellus. Hoje, a Universal chega a produzir até 4 mil peças por mês com sua marca própria.“Até tive propostas para produzir para outras empresas, mas gosto de colocar o meu estilo e minhas ideias nas roupas, além disso, acredito que é só assim que podemos colocar nosso valor agregado e evoluir dentro desse mercado”, afirma Soely.
Pela fábrica, antigas máquinas de tricô ainda dividem espaço com o que há de mais avançado na produção de malharia, com peças que saem totalmente prontas, sem a necessidade de costuras ou acabamentos. Além disso, o investimento em tendências e novidades faz a produção crescer a cada ano. “Antes as peças em malharia eram muito básicas, feitas para aquecer durante o inverno. Hoje nós fabricamos também peças para o verão, com muitas cores e referências de moda”, conta Rosiane Neves Rodrigues, estilista da marca.
Alguns metros adiante, Lucimar Gans Witek comanda a Jéssi Malhas, que tem 27 anos de história, começando também com um pequeno investimento familiar, e hoje produz peças com muitas tendências de moda, colocando animal print, étnico e muitos arabescos em vestidos de jacquard, blusas e casacos. “Este ano tivemos um inverno mais rigoroso, o que fez com que nosso estoque se esgotasse. Para o ano que vem estamos esperando um crescimento grande, então a fábrica está funcionando 24 horas por dia para já entregarmos o inverno do ano que vem”, comemora.
Com 25 empresas associadas, a Imbitumalhas faz valer a máxima de que a união faz a força, investindo no setor e buscando sempre melhorias para todas as fábricas, desenvolvendo novos produtos e investindo na capacitação dos empresários. “Aqui a concorrência sempre foi algo positivo, pois se o cliente não encontra algo na loja, logo recebe indicação para ir em outra. Cada marca investe na sua própria identidade e é só com essa parceria e esse companheirismo que conseguimos levar o nome da nossa cidade para fora”, comemora Soely.
A partir desta quarta-feira, a Expedição da Moda volta para a capital para conhecer as produções locais em jeans e estamparia. Continue acompanhando tudo aqui pelo site!
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