Saúde e Bem-Estar

Academia Americana de Pediatria anuncia novo limite de arsênico em cereais infantis

Da redação
12/04/2016 16:13
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Arsênico contido nos cereais à base de arroz está no alvo de entidades norte-americanas (Foto: Bigstock)

A Academia Americana de Pediatria (AAP) anunciou, no início de abril, um novo limite para o arsênico inorgânico em cereais de arroz infantis. A determinação é que o total da substância corresponda a 100 ppb (partes por bilhão) e é consistente com os níveis estabelecidos recentemente pela Comissão Europeia. O anúncio, que partiu da Food and Drug Administration (FDA) norte-americana, é baseado em extensas informações científicas e tem a finalidade de reduzir a exposição infantil ao arsênico inorgânico. Embora a orientação ainda esteja em fase de projeto, a AAP informou que vai incentivar os fabricantes a agir sem demora para atender o novo nível em seus produtos.
“A AAP saúda as medidas que a FDA tomou para limitar a quantidade de arsênico inorgânico nos cereais de arroz infantis, comumente utilizados pelos pais para alimentar crianças”, disse o presidente da AAP, Benard P. Dreyer. Para reduzir a quantidade de exposição ao arsênico, segundo ele, é importante que todas as crianças adotem uma dieta variada. “A AAP também incentiva os pais a falar com seu pediatra sobre a nutrição de seus filhos, garantindo assim boas escolhas e decisões informadas sobre a dieta das crianças”, continuou o presidente.
Arsênico
O arsênico está presente em duas formas: orgânica e inorgânica. O inorgânico é considerado mais tóxico do que o orgânico e é uma substância conhecidamente cancerígena. O arroz tem níveis mais elevados de arsênico inorgânico do que outros alimentos pois, depois de crescidas, as plantas de arroz apresentam maior tendência a absorver a substância do que outras culturas alimentares. A análise da FDA descobriu que a gravidez, infância e primeira infância são períodos de maior suscetibilidade para o desenvolvimento de problemas de saúde decorrentes da exposição ao arsênico inorgânico.
Além dos cereais de arroz, outras opções recomendadas pela AAP para a alimentação infantil são aveia, cevada e cereais multigrãos, que têm menores níveis de arsênico do que o cereal feito de arroz. Outra recomendação da entidade diz respeito aos cereais fortificados com ferro, que ajudam no aporte ideal deste importante nutriente.
“A AAP recomenda que bebês sejam amamentados exclusivamente por cerca de seis meses, seguido de amamentação associada a alimentos complementares. Quando o bebê completa meio ano de vida, os cereais infantis podem ser introduzidos gradualmente. Cereais fortificados com ferro são uma boa fonte de nutrientes, mas não devem ser a primeira e nem a única”, finalizou o presidente.
Brasil
No Brasil, é grande a variedade de cereais infantis encontrada no mercado, inclusive feitos de arroz. Entre os disponíveis, o ideal é optar pelos mais naturais, com destaque para a farinha de trigo integral, flocos de aveia, farelo de aveia e de trigo, e granolas saudáveis. Quando bem recomendados e consumidos, os cereais representam uma importante fonte de fibras, proteínas, vitaminas e carboidratos.