Saúde e Bem-Estar
Meu filho não fica parado!
Davi e a mãe Daniella Nery: ela sabe que é normal da idade não ficar um minuto parado. (Foto: Letícia Akemi) | Gazeta do Povo
É na fase dos 3 aos 8 anos que as crianças têm energia de sobra. A professora Daniella Nery, mãe do pequeno Davi de apenas cinco anos, que o diga. “Ele acorda cedo, já querendo brincar. Logo de manhã ele vai para a escola e não para de falar um minuto. Ele também tem uma coisa corporal dele mesmo, não fica parado”, comenta a mãe.
Daniella disse que desde bebê, Davi era curioso e inquieto. Para ela, a agitação do filho é natural da personalidade, com isso Daniella se adaptou à personalidade dele. “Tenho que ficar de olho sempre, ele acha que se equilibra em tudo, que pode ficar pendurado em qualquer coisa”, conta.
Mesmo com o filho espevitado, Daniella disse que nunca foi atrás de um profissional para saber se a energia de sobra de Davi é normal. Para ela, a inquietude é natural da idade. Mas nem todas as mães são assim. De acordo com a psicóloga infantil Priscila Badotti, muitos pais acreditam que a agitação normal da idade seja um sinal de hiperatividade ou déficit de atenção – um transtorno neurobiológico que aparece na infância. “Eu te digo por experiência, grande parte das crianças que são medicadas e diagnosticadas com hiperatividade são saudáveis”, alerta a profissional.
Para Priscila, o problema está na falta de paciência dos adultos com as crianças. “Muita gente tem a ideia de que a criança tem que se comportar como gente grande e acabam colocando os pequenos em inúmeras atividades, enchendo a agenda deles. Criança tem que extravasar”, comenta a psicóloga.
Outro sinal importante é se a concentração deles aumenta com o passar dos anos. “Com cinco anos é possível assistir a um filme inteiro. Eles param para ouvir e prestam atenção. Mesmo uma criança mais ativa vai ter momentos de concentração cada vez maiores”, esclarece.
Alguns jogos eletrônicos, dependendo do conteúdo, podem deixar a criança mais agitada ou agressiva. Por isso, o ideal é sempre ficar atento à classificação indicativa.
Não há segredo. Poder brincar em casa e de preferência com os pais é uma condição fundamental para o equilíbrio emocional da criança.