Uso de toxina botulínica pode diminuir dores e aliviar a contração dos músculos (Foto: Bigstock)
Crianças com paralisia cerebral têm mais uma ferramenta para ajuda-las nos movimentos. A injeção de toxina botulínica diretamente nos músculos faz com que a contração involuntária relaxe, esticando os dedos, abrindo as mãos e diminuindo as dores. A indicação é para crianças a partir dos dois anos de idade, mas há pesquisas que mostram resultados ainda melhores entre os mais novos, como a maior possibilidade de andar e 80% de diminuição nas chances de cirurgias ortopédicas.
A rigidez muscular, ou espasticidade, característica da paralisia cerebral, acontece porque o cérebro envia uma mensagem exagerada de contração aos músculos, de acordo com o neurologista espanhol Samuel Ignácio Pascual – Pascual. “Com a toxina, conseguimos que os ossos, que também são afetados durante a contração, não se deformem ou se deformem menos, especialmente durante a fase de crescimento da criança”, explica.
Antes de aplicar a injeção da toxina botulínica, porém, os médicos ortopedistas pediátricos, em conjunto com neurologistas e outros especialistas, fazem um levantamento da função muscular da criança. “Não é todo paciente que se beneficia. É indicada a paciente que estão em uma fase inicial. Com o tempo, o músculo contraído vai encurtando, porque ele não funciona também e a toxina não consegue alonga-lo”, explica Edilson Forlin, médico ortopedista pediátrico do Hospital Pequeno Príncipe.
Cura?
Não se trata de uma cura da doença, porque a toxina não corrige a lesão cerebral. Ela apenas modifica a resposta do cérebro aos músculos, de acordo com Pascual-Pascual.
Falta de oxigênio
São diferentes as causas da paralisia cerebral infantil que geram uma contração muscular exagerada. A principal delas decorre de problemas no parto. “Se há sofrimento da criança por falta de sangue ou de oxigênio, pode produzir um dano cerebral. Icterícia excessiva também é tóxica para o cérebro”, afirma Pascual-Pascual, médico do Hospital La Paz, na Espanha.
Adolescentes
Alguns pacientes adolescentes também se beneficiam do tratamento, mas cada caso deve ser analisado pelos médicos especialistas.
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