Mesmo o mais frondoso pinheiro brota de um pinhão.Curitiba, onde o Viver Bem nasceu em 1983, surgiu oficialmente em 29 de março de 1693. Era uma região de muito mato e pouca gente. Na década de 1980, os seus moradores – contabilizados em aproximadamente 850 mil – ocupavam, em ritmo acelerado, seu perímetro urbano, trocando o verde da paisagem pelo cimento de casas e prédios. A edição do Viver Bem, de 28 de março de 1993, comemorativa aos 300 anos da capital paranaense, teve como tema Tribos Curitibanas. A capa, fotografada por Isabel Liviski e produzida por Paulo Martins e Áldice Lopes (na foto, Nereide aparece com a edição), é simbólica ao fazer a importante ligação entre passado e presente, sem a qual o futuro não existe. Nela, um índio, personificado por Marcelo D’Ávila, posa orgulhoso no alto de um edifício. As terras, que antes eram suas, agora estão ocupadas por outras “tribos curitibanas”, que ele espera não se desprendam de suas raízes.
Paulo Leminski, personagem emblemático da autofagia paranaense, foi para São Paulo e retornou. “Voltei porque pinheiro não se transplanta. Eu sou pinheiro.”
3 de julho de 1983
Entre matérias de globais da época, uma receita de pão caseiro. Para os leitores da Revista da Tevê, certamente, tal interferência provocou uma reação. Surpresa, curiosidade, interesse? De qualquer forma, uma reação positiva, pois três décadas se passaram e a receita de pão caseiro – uma alternativa para diminuir o impacto causado pelo reajuste no preço do produto – deu espaço a milhares de outras dicas de forno e fogão. Cris Schlenker, consultora de culinária do Viver Bem, de 1984 a 2005, somou 1.901 publicações de sua “Receitas da Cris”.
“Para viver bem é preciso bom senso e imaginação. É importante também saber compartilhar com os demais as experiências positivas para que a maior parte possível de uma comunidade possa delas usufruir.” Assim apresentei a nova atração dos domingos aos leitores da Gazeta do Povo. Curitiba crescia em ritmo frenético e dicas e sugestões seriam bem-vindas na correria do dia a dia. E foram!
Para alegria do diretor comercial, Rogério Florenzano, a receptividade ao novo produto despertou o interesse de anunciantes. A identificação do leitor com os temas abordados nas páginas Para Viver Bem e Para Morar Bem foi imediata.
Maria Christina Kastrup orientava como “ganhar espaço em ambientes pequenos”. A figurinista Edna Goto respondia à pergunta “Como Será a Mulher do Ano Dois Mil”? Com muito plástico e metal – a Melissa e a influência punk em roupas e sapatos confirmam a previsão. A consultora de beleza Rita de Cássia Alberini trazia novidades como decapagem biológica e vitamina A ácida, indicadas para deixar a pele jovem e saudável. Nem se imaginavam as maravilhas proporcionadas hoje pelo laser. Mas os tempos eram outros. O Viver Bem nasceu quando ainda não existiam o computador e as informações globalizadas da internet. Preto e branco eram as cores predominantes, não na moda, mas nas páginas do jornal. O que exigia esforço extra para imaginar os tons originais de roupas, maquiagens, ambientes, doces e salgados.
2013: Viver Bem, 30 anos. Desafio: depoimento, 21 anos de história e pouco mais de 3 mil toques. Embora a vontade fosse citar todos os profissionais que trabalharam ou colaboraram comigo, optei por “voltar às raízes” e selecionei alguns nomes das edições iniciais para que estes representassem a nossa “tribo”. O agradecimento, contudo, é para todos!
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