Histórico

É de ranger os dentes

Bruna Bill - brunag@gazetadopovo.com.br
21/08/2011 03:10
Dores de cabeça, nos dentes, na articulação da mandíbula, ruídos na mastigação e zumbidos no ouvido podem ser sinais de que algo está errado com o seu corpo. Eles são alguns dos sintomas do bruxismo – ato de comprimir e ranger os dentes –, que não é uma doença, mas uma parafunção, ou seja, um jeito errado do organismo reagir a algumas situações e que pode ser indicativo de outros problemas.
O bruxismo afeta cerca de 15% da população entre 20 e 40 anos no Brasil. Os movimentos involuntários de contração e deslizamento da arcada dentária provocam o desgaste dos dentes e também causam pressão na mandíbula. O diagnóstico, na maioria das vezes, acontece no consultório do dentista muito tempo depois do início do problema, quando já houve desgaste dos dentes. “Porém, esse não é o único sinal de alerta. Dores na cervical, cefaleias, ruídos ao mastigar, tontura, cansaço e dores no ouvido também podem ocorrer. Por isso, o bruxismo não é apenas um problema bucal, mas de saúde geral”, afirma Juan Carlos Arellano, especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial.
O tipo mais comum de bruxismo é o noturno, em que a pessoa range os dentes durante o sono, e o sintoma pode ser acompanhado de apneia e ronco, mas também pode haver a contração da mandíbula durante o dia. “O bruxismo pode ter causas e manifestações distinta s, como apenas comprimir os dentes ou só ranger. Por isso é fundamental fazer uma avaliação e alguns exames que irão identificar como ocorre o problema para indicar o melhor tratamento”, afirma Éber Luís de Lima Stevão, especialista em cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial.
Causas
De acordo com os médicos, é difícil definir uma causa exata para o bruxismo, que, por ter motivações variadas, pode ser resultado de uma intercorrência de fatores. “Pode ser decorrência de uma mordida incorreta, um problema na articulação da mandíbula, em algum músculo da face ou ainda do uso de medicamentos e estimulantes. Os fatores psicológicos, como o estresse, também podem contribuir para o quadro”, afirma Marcelo Castellano, especialista em dor oro-facial e disfunção têmporo-mandibular (DTM).
Para a psicóloga Fátima Re­­gi­­na Ribeiro dos Santos, mesmo com problemas físicos associados, a grande maioria dos pacientes com sintomas de bruxismo sofre em algum nível de tensão emocional. “Estresse, depressão, uso de drogas, ansiedade, medo, frustrações, entre outros sentimentos reprimidos podem ser de­­sencadeadores desta parafunção”, afirma.
Tratamento
Por envolver causas diversas, o tratamento do bruxismo deve ser multidisciplinar, com odontologia, fisioterapia e também psicologia. Se não for tratado adequadamente, o hábito de ranger os dentes pode ocasionar desgaste e até quebra dos dentes, retração da gengiva e disfunções na articulação têmporo-mandibular (ATM) que é responsável pela mastigação e se localiza pouco à frente do ouvido.
A melhor forma de tratamento é unir várias ações. “A placa oclusal é necessária para evitar o atrito e o desgaste dos dentes. Também é preciso acompanhamento psicológico, para tratar o estresse e a ansiedade, grandes causas do problema. Por último, acompanhar a qualidade do sono também é fundamental para que a disfunção seja curada”, afirma o cirurgião dentista Paulo Afonso Cunali.
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Serviço:
Modelo: Diego Harmuch, da JOY Model Management Curitiba, fone (41) 9649-2155 e site www.joymodelmanagement.com.
Juan Carlos Arellano (especialista em ortodontia e ortopedia facial), fone (41) 3336-9090 e site: www.arellanovaldez.com.br.
Éber Luís de Lima Stevão (especialista em cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial), fone (41) 3023-3393 e site www.eberstevao.odo.br.
Marcelo Castellano (especialista em dor oro-facial e disfunção têmporo-mandibular), fone (41) 3014-0104 e site www.castellano.com.br.
Paulo Afonso Cunali (cirurgião dentista), fone(41) 3322-1234 e site www.clinicadaatm.com.br.