A busca por uma aparência mais jovem, harmoniosa e saudável nunca foi tão comum. Mas junto com o aumento na procura por procedimentos estéticos, cresce também o número de pacientes que desejam reverter intervenções com as quais não se identificam mais, seja por exageros, erros técnicos ou simplesmente por não se enxergarem mais no espelho.
Se por um lado vivemos uma era de avanços incríveis na dermatologia estética, por outro, vemos surgir um movimento importante: o da correção. Um retorno à naturalidade, à sutileza e, principalmente, à identidade de cada paciente.
Quando o "menos é mais" se torna necessário
Nos últimos anos, vimos proliferar uma estética quase padronizada: rostos inflados, traços artificialmente marcados, expressões congeladas. O desejo por mudanças rápidas e impactantes acabou, em muitos casos, ultrapassando os limites do bom senso e da técnica.
Agora, o cenário é outro. A estética amadureceu, e os pacientes também. A naturalidade voltou a ser um valor. Profissionais de destaque, líderes e pessoas públicas perceberam que uma imagem exagerada compromete a credibilidade e transmite insegurança. Hoje, estética é parte da comunicação e da presença e deve refletir saúde, equilíbrio e autenticidade.
O que pode ser corrigido?
A estética corretiva vem ganhando espaço, com protocolos cada vez mais seguros e eficazes para reverter ou ajustar resultados indesejados. Entre os casos mais comuns estão:
Excesso de preenchimento facial: bochechas projetadas demais, queixos desproporcionais, lábios que perderam o contorno natural.
Toxina botulínica mal aplicada: que pode causar assimetrias, perda de expressividade ou travamentos musculares.
Produtos permanentes: como o PMMA, que exigem cuidado cirúrgico ou protocolos específicos de controle.
Preenchimentos antigos encapsulados ou migrados: que formam nódulos e distorcem os traços.
Ferramentas e estratégias de correção
As reversões não são simples "desfazimentos". Exigem olhar técnico, experiência e um plano individualizado para cada paciente. Entre os recursos mais utilizados estão:
Hialuronidase: enzima que dissolve o ácido hialurônico e permite remodelar ou remover áreas com excesso de preenchimento.
Protocolos de reestruturação facial: técnicas que devolvem as proporções naturais do rosto com sutileza.
Reposição com bioestimuladores: após a correção, é possível estimular a produção de colágeno para devolver firmeza e suavidade à pele.
Avaliação clínica completa: exames e acompanhamento que ajudam a entender se há inflamações, retenções ou reações adversas que precisam ser tratadas.
Corrigir também é cuidar
Corrigir não significa apagar tudo. É, na verdade, um recomeço mais consciente, com base na ciência, na escuta e no respeito à individualidade.
Muitos pacientes chegam aos consultórios pedindo “só uma correção”, mas descobrem que o processo é também uma jornada de reencontro consigo mesmos. Voltar a se reconhecer no espelho, sentir-se confortável com a própria imagem, recuperar a confiança, tudo isso faz parte de uma estética que cuida de verdade.
A verdadeira estética não transforma, ela revela. E, às vezes, isso exige remover o que foi demais, abrir espaço para o que é essencial, e reequilibrar.
As reversões e correções mostram que a beleza também mora nos limites. Que técnica, ética e sensibilidade caminham juntas. Que o papel do profissional vai além das agulhas e ativos: ele passa pela escuta, pela estratégia e pela responsabilidade com quem está do outro lado.
Porque, no fim, o melhor resultado é aquele que faz você se sentir — e se reconhecer — de volta.
* Dra. Juliane Hostert é CEO do Instituto Hostert e cientista do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe. Através da ciência, oferece tratamentos estéticos que combinam saúde e tecnologia para promover rejuvenescimento natural, com foco em resultados estratégicos.