Até que ponto o autocuidado tem sido um ato de presença — e não mais uma estratégia de sobrevivência emocional disfarçada de vaidade? Crédito: Stryjek.
Setembro Amarelo: você está se cuidando ou apenas tentando parecer bem?
Juliane Hostert
09/09/2025 16:15
A estética emocional como aliada na prevenção do burnout e na reconstrução do autocuidado verdadeiro.
Vivemos em um tempo em que a imagem se tornou uma extensão da identidade. Onde o cuidado estético — que deveria ser íntimo, terapêutico e acolhedor — muitas vezes se transforma em um novo tipo de cobrança silenciosa. No ritmo acelerado do mundo corporativo, da hiperexposição e da busca por performance constante, é comum confundirmos o “estar bem” com o simples “parecer bem”. E é justamente nesse ponto que o Setembro Amarelo convida à reflexão.
Enquanto campanhas levantam a bandeira da saúde mental, seguimos vendo olheiras disfarçadas com corretivo, sorrisos treinados para a câmera e rotinas de skincare que não tocam nas verdadeiras feridas. A pergunta que fica é: até que ponto o autocuidado tem sido um ato de presença — e não mais uma estratégia de sobrevivência emocional disfarçada de vaidade?
A exaustão por trás da beleza
O burnout, embora muitas vezes associado ao esgotamento profissional, é multifacetado. Ele afeta a vitalidade, o olhar, o brilho da pele, o equilíbrio hormonal, o sono e, principalmente, a conexão com o próprio corpo. A mente sobrecarregada cobra seu preço
— e ele aparece na estética antes mesmo de ser diagnosticado clinicamente.
Sinais como queda de cabelo, inflamações de pele, acne em adultos, olheiras persistentes, envelhecimento precoce e desequilíbrios hormonais são cada vez mais comuns em pessoas jovens e altamente produtivas. O corpo fala. E, muitas vezes, grita — ainda que silenciosamente.
Estética emocional: quando a pele pede cuidado com propósito
A estética emocional é um conceito ainda novo, mas profundamente necessário. Ela parte da premissa de que não existe beleza saudável sem saúde emocional. Cuidar da pele pode (e deve) ser um ritual de reconexão. Não como imposição externa, mas como um gesto íntimo de atenção e amor próprio.
Ao escolher um protocolo estético, o que estamos buscando, de fato? Aprovação? Controle? Pertencimento? Ou uma pausa honesta no caos do dia?
A estética emocional nos convida a trocar a rigidez da perfeição pelo conforto da presença. É sobre olhar no espelho e reconhecer uma versão de si mais real — que não precisa estar sempre “pronta”, mas precisa estar em paz.
Quando o cuidado com a pele se transforma em reconexão com a própria história
Esta paciente, pós-bariátrica, havia deixado de tirar e se olhar em fotos. A flacidez facial que surgiu após o processo de emagrecimento profundo comprometeu não apenas o contorno do rosto, mas sua autoestima.
Com um protocolo regenerativo individualizado, devolvemos não só sustentação cutânea — mas também um sorriso espontâneo.
Estética emocional é sobre isso: resgatar presença, não apenas estética.
(Imagem ilustrativa de antes e depois, com autorização da paciente)
Como a estética estratégica pode ajudar
Quando praticada com propósito e alinhada à individualidade, a estética pode ser uma poderosa ferramenta de prevenção. Não apenas de rugas ou flacidez, mas de colapsos emocionais silenciosos.
Bioestimuladoresdevolvem estrutura, mas também ajudam a reconstruir autoestima.
Protocolos faciais com ativos calmantes e regenerativos reduzem inflamações físicas e emocionais.
Acompanhamento profissional humanizado oferece acolhimento além da técnica.
A rotina estética deixa de ser vaidade e passa a ser cuidado consciente.
Autocuidado não é performance
É tempo de parar. De silenciar os filtros, as expectativas externas, os sorrisos automáticos. Este Setembro Amarelo pede mais do que campanhas. Ele pede profundidade.
Pede que cada gesto de autocuidado seja um lembrete: você merece sentir-se bem — e não apenas parecer.
Reflexão final:
Em um mundo que nos ensina a camuflar o caos com um bom iluminador, talvez o verdadeiro luxo esteja em escolher se cuidar de verdade.
Sem pressa. Sem obrigação. Apenas presença.
* Dra. Juliane Hostert é CEO do Instituto Hostert e cientista do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe. Através da ciência, oferece tratamentos estéticos que combinam saúde e tecnologia para promover rejuvenescimento natural, com foco em resultados estratégicos.