Mais da metade das pessoas que passaram dos 60 anos de idade apresenta pelo menos um início de catarata. Nem todo mundo, porém, precisa passar pela cirurgia tão cedo. Quando a lente natural do olho, o cristalino, perde a transparência, fica acinzentado, opaco, atrapalhando a visão e, principalmente, prejudicando as atividades diárias, só então é preciso começar a discutir sobre a possibilidade de cirurgia.
Embora a retirada do cristalino sujo, e a troca pela lente intraocular, traga benefícios para o paciente, não se trata de uma doença irreversível ou que tenha um risco de morte ao idoso. Adiar o procedimento cirúrgico por dois a cinco anos não há qualquer problema ou risco, de acordo com os especialistas, pois as cirurgias estão bem avançadas e garantem resultados positivos na maioria dos casos. No entanto, esperar além desse tempo não é aconselhável.
Quanto mais o tempo passa, mais a catarata “amadurece”, ficando mais rígida, dura e muito esbranquiçada. A recuperação pós-cirurgia pode ser mais difícil em uma pessoa mais velha, e o resultado pode também não ser o mesmo do que o alcançado por aquela feita mais cedo.
Ela voltou?
Cataratas não retornam. A nova lente implantada no lugar do cristalino tem uma vida útil centenária, além de ser um objeto artificial, de forma que a doença não tem como aparecer novamente.
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Há, no entanto, outras doenças com sintomas que se confundem aos da catarata, como a cicatrização atrás da lente, no saco capsular. Essa cicatriz pode deixar a visão mais embaçada de seis meses a um ano depois da cirurgia da catarata, e um procedimento a laser no consultório do médico pode resolver esta situação sem maiores problemas.
O pterígio, uma membrana que se forma na frente do olho, é outra doença que confunde bastante. Aparece principalmente em surfistas e em pessoas que moram em cidades litorâneas, e surge devido à exposição excessiva ao sol. A catarata não é visível a olho nu.
No caso da degeneração da mácula, comum na terceira idade, a visão da leitura, dos detalhes, se perde. A doença tem tratamento em algumas formas, mas não todas, por isso é importante o diagnóstico correto.
Fontes: Hamilton Moreira, oftalmologista especialista em catarata do Hospital de Olhos do Paraná; Geraldo Canto, oftalmologista especialista em cirurgia de córnea e catarata, da clínica Canto Oftalmologia.
75% das pessoas acima de 75 anos de idade apresentam uma catarata que poderia ser operada. Aos 80 anos, a prevalência da doença chega a 90% da população, segundo uma média mundial.
“Catarata em jovens, antes dos 40 anos, acontecem por três situações: perfuração do olho através de uma batida ou pancada, uso constante de corticoides e miopia muito alta, acima de quatro a seis graus.”
Geraldo Canto, oftalmologista especialista em cirurgia de córnea e catarata, da clínica Canto Oftalmologia.
Olho sujo – Sentir que há uma “sujeira” no olho é o primeiro sinal da catarata. O idoso sente como se os olhos estivessem com uma camada de gordura, como se a visão estivesse um tanto embaçada, ou os óculos levemente riscados e sujos. As cores perdem um pouco da vivacidade e o período da noite é quando mais percebem a diferença, na hora da leitura ou dirigindo.
Sem olho vermelho
Na pessoa com catarata, o olho não fica vermelho, não há manchas específicas na visão, e nem se trata de uma perda localizada, mas de uma perda difusa e sutil.
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