O envelhecimento da população, que decorre de mais qualidade de vida e da redução da natalidade no país, deve criar novas demandas nas próximas décadas no país. A infectologista Marta Fragoso, coordenadora do Núcleo de Gestão de Segurança Assistencial dos hospitais Vita, de Curitiba, falou sobre algumas das consequências da tendência populacional mundial com o predomínio de idosos:
Como envelhecimento e baixa natalidade podem influenciar a rotina das famílias no futuro?
O envelhecimento populacional traz problemas sociais e econômicos. A rotina das famílias será alterada em função da necessidade de prover assistência ao idoso (cuidador), mais gastos com saúde (o idoso necessita de mais cuidados médicos e de enfermagem), educação para valorização, respeito e carinho a pessoa idosa, adaptação de estruturas físicas de moradias e espaços públicos com barreiras para prevenção de quedas, melhorar a segurança medicamentosa (idosos utilizam múltiplos medicamentos), inclusão digital do idoso, estímulo a programas de atividades sociais com idosos (viagens, clubes, esportes).
Quais problemas nas cidades podem aparecer pelo maior envelhecimento da população?
O aumento de custos com mão de obra, em função da redução de jovens para o mercado de trabalho, o aumento de custos com a saúde, aumento de doenças crônicas e degenerativas, falta de cuidadores especializados na assistência ao idoso, elevação dos custos com previdência social, problemas com a falta de acessibilidade, aumento de casos de depressão, aumento de mulheres viúvas.
Como poderíamos nos preparar, como família, para uma prevalência de idosos?
Inserir na educação a valorização, respeito e carinho ao idoso, melhorar a acessibilidade de moradias e espaços públicos, inserir o idoso digitalmente (celulares, computadores e tablets mais acessíveis para o manuseio e para a leitura), dar mais atenção e ouvir mais o idoso.
Como devemos nos preparar, como sociedade, para isso?
Discutir mais sobre o assunto, focar em políticas públicas de direitos e valorização da pessoa idosa, realizar a reforma da previdência com aumento da idade para a aposentadoria, focar em programas educacionais desde o início até o curso superior voltado para as necessidades da pessoa idosa.
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