Não importa se a escolha é por parto natural ou cesariana; em casa ou no hospital; com doula ou médico obstetra. É necessário deixar explícito aos envolvidos (pôr no papel mesmo) o que os pais aceitam que seja feito com a mulher e com o bebê. O desconhecimento sobre o assunto, diz Luciana, é a causa para que o Brasil tenha uma escalada de cesáreas. Apesar de importante em várias situações, a cirurgia é cômoda para médicos e hospitais, mas nem sempre para a mãe e o bebê. Ao mesmo tempo, quem opta pelo parto natural precisa vencer a ansiedade e não correr logo para o médico assim que as contrações começam. E não ligue para as críticas às suas escolhas, que com certeza virão.
Pensar apenas em deixar a casa aconchegante para o bebê é comum, mas também um tiro no pé. Para a volta do hospital, pais precisam de comida na dispensa e de roupas limpas, por exemplo. O ideal é deixar a rotina da casa toda planejada para a pouca atenção que esses aspectos práticos receberão nas próximas semanas. Os parceiros também devem se comprometer a dividir as tarefas, então é melhor deixar tudo acertado desde o início.
Infelizmente, ainda é comum no Brasil partos em que procedimentos totalmente ultrapassados são considerados regra. Já está clara a ineficácia, por exemplo, de deixar a mulher deitada o tempo todo antes do parto natural ou exagerar nos exames de toque (principalmente quando feitos por vários profissionais diferentes). Os pais podem e devem reclamar dessas situações.
Ele pode ter um papel muito mais ativo do que se pensa. No parto normal, o pai do bebê pode ajudar a aliviar a dor das contrações massageando as costas da mulher. Também pode orientar a equipe para que sejam mantidos silêncio e as luzes baixas. Durante a cesárea, vale que ele peça para desligar o ar-condicionado para o bebê nascer mais confortável. É dele também o papel de prestar atenção à mãe, já que boa parte da equipe estará concentrada no bebê.
A analgesia usada hoje durante o parto, mesmo o natural, permite que a mulher tenha liberdade de movimentos. Ela pode até andar e dar à luz de cócoras. O parto na banheira de água morna ajuda a mitigar a dor das contrações. O que não é aceitável é a ideia de que toda a mulher precisa sofrer dores excruciantes para dar à luz e durante o pós-operatório. Conhecer as possibilidades de analgesia protege a mulher contra situações desagradáveis.