A partir do primeiro trimestre de gestação, a grávida aumenta e regula os níveis do hormônio estrogênio, e as enxaquecas que antes eram tão comuns, desaparecem. A melhora não acontece para todas, pois nem sempre a dor tem uma influência hormonal tão grande. Porém, em muitos casos, são nove meses indolores, que podem até durar mais tempo.
Os hábitos saudáveis também colaboram com a ausência de enxaquecas, segundo o ginecologista e obstetra do Hospital Nossa Senhora das Graças, Edson Luiz de Almeida Tizzot. “As crises têm fatores que as desencadeiam, como o jejum prolongado, a insônia e o álcool. Como a mulher passa a comer com mais frequência, dorme melhor e abandona a bebida alcoólica na gestação, as enxaquecas reduzem”, explica.
Quando os hábitos perduram depois do nascimento, a tendência é que as enxaquecas também continuem em baixa, mesmo com a volta das alterações hormonais. “Para manter longe as dores, além de continuar a se alimentar melhor, fazer exercícios, ela deve retomar as consultas com o médico e, se for o caso, voltar com as medicações, depois da amamentação”, afirma Tizzot.
E se a dor ocorrer durante a gestação?
Algumas gestantes, no entanto, não percebem diferenças nas enxaquecas, seja no primeiro ou no último trimestre. “Às vezes a influência hormonal não é tão importante naquele tipo de cefaleia ou elas aumentaram muito de peso, que gera uma retenção de líquidos maior, mais vasodilatação e desencadeia as crises”, afirma a chefe do serviço de neurologia do Hospital Vita Batel, Ester London.
O tratamento nesses casos é mais complicado, segundo a neurologista, pois as gestantes não podem fazer uso dos medicamentos tradicionais, que prejudicam a formação do feto e provocam contrações uterinas. “A medicação liberada é o analgésico simples, além de se manter em um ambiente de repouso, com pouca luz e isolado. Como prevenção, é importante fazer exercícios físicos e manter uma alimentação saudável”, diz o ginecologista Edson Tizzot.
Diferencie a sua dor
A dor de cabeça tradicional, tensional, é comum em qualquer etapa da vida, independente da gestação. Elas, normalmente, são menos intensas, atingem toda a cabeça, não apresentam aura e vão embora mais rápido. As enxaquecas, porém, pegam metade da cabeça apenas, duram mais tempo e são mais intensas. Os períodos de mais estresse, em que a pessoa dorme menos e está sob mais tensão, a tendência é que desencadeie um número maior de crises de enxaquecas, de acordo com a neurologista Ester London.
