Parto normal: pela via vaginal, entre a 38ª e a 40ª semana de gestação, sem uso de fórceps ou outro meio para retirar o bebê do canal do parto, mas pode ter intervenções. As contrações são o indicativo de que está na hora de nascer, especialmente quando chegam a cada cinco minutos. A dilatação do colo do útero deve estar em 10 cm, aproximadamente, para o útero empurrar o bebê, com ajuda da força da mãe. Indicado quando: grávidas sem complicações na gestação. Se for preciso fazer o corte cirúrgico no períneo para ajudar na passagem do bebê, a mãe deve cuidar com a cicatrização.
Na água: pode ser usada em duas situações: antes ou durante o nascimento. No período anterior, é muito indicada para relaxar a mulher e ajudá-la na dor das contrações. Pode ser tanto uma imersão na água morna quanto uma ducha de chuveiro. Há quem as defenda para que o bebê faça uma transição mais suave do útero para o mundo. Para as mães, pode haver maior elasticidade do períneo, prevenindo lacerações durante a passagem. Há um risco de desenvolver infecções no bebê, mas é pequeno. Se a mãe estiver com a bolsa rompida por muito tempo, se o bebê for muito grande ou se a posição que estiver for difícil de nascer, o nascimento na água pode ser contraindicado. Dentro da água é mais difícil realizar intervenções na mãe ou no bebê, se forem necessárias. Indicado quando: para mães que estão pensando em parto normal, o uso da água tanto na imersão quanto em forma de ducha podem reduzir as dores e o desconforto, incentivando a evolução do parto. Contraindicado em gestantes com quadros de pré-eclâmpsia.
De cócoras/em pé: fazer o parto deitada foge da lógica fisiológica do organismo, pois o canal do parto se fecha, comprimindo a circulação interna da mãe e prejudicando o aporte de oxigênio para o bebê. Quando a gestante fica em pé, na posição de cócoras ou mesmo sentada, a gravidade tende a ajudar, dando espaço para a coluna se ampliar, e o canal do parto se manter aberto. Além disso, o parto vertical impede quedas no ritmo dos batimentos cardíacos do bebê. A grávida sente menor dor e a eficácia da contração é maior, reduzindo o trabalho de parto. Indicado quando: se a mulher não tiver problema de pressão arterial e se o bebê estiver em uma posição adequada, não há contraindicações.
Leboyer: trata-se mais do ambiente em que o bebê nasce do que do parto em si, e segue as diretrizes do parto humanizado. Leboyer, um obstetra francês, preconizava que o parto deveria ser feito em ambiente, de preferência, fora do centro cirúrgico, com pouca luz e sem muito barulho. Depois do nascimento, o bebê era colocado sobre o corpo da mãe, mantendo o contato pele a pele, sem intervenções imediatas, respeitando o momento de vínculo entre os dois. Indicado quando: para quando a gestação se encaminha tranquilamente, sem nenhum problema cardíaco da mãe.
Parto induzido: usa medicamentos para iniciar o trabalho de parto, e pode evoluir sem necessidade de qualquer outra medicação além da inicial. No entanto, na maioria das vezes, é feita uma manutenção do soro com ocitocina, regulando as contrações. Em geral, é mais doloroso e trabalhoso para a mãe, mas com a chance de terminar em um parto normal, embora não natural. Indicado quando: para induzir o parto com uso de remédios, deve haver também uma indicação clara, como o surgimento de uma doença ou condição da mãe ou do bebê.
Parto pélvico: quando o bebê decide que vai nascer sentado, há diferentes posições e manobras para facilitar o nascimento. Há estudos que indiquem a posição de quatro apoios para a mãe nesses casos. Se a mãe preferir, há manobras externas, aplicadas por um obstetra experiente, dentro do hospital e em determinadas condições clínicas, que podem ajudar. Indicado quando: especialmente se esse não for o primeiro parto da mulher, embora para a primeira gestação também não haja impedimentos.
Domiciliar: a recomendação da Organização Mundial da Saúde é que o parto domiciliar seja feito em um espaço onde a mulher se sinta segura, seja na residência ou em casas de parto, comuns em outros países. Para o auxílio, deve ser montada uma equipe, composta por enfermeiras obstétricas e neonatais, doulas, midwives, pessoas capazes de transferir a mãe para um hospital, se necessário. Mas, uma indicação básica e imprescindível é que durante a gestação ou no início do trabalho de parto não tenha ocorrido nenhuma alteração, e que seja possível a fácil transferência a um hospital, se preciso for. Indicado quando: não cabe a todas as gestações, apenas àquelas normais, sem nenhum fator de risco, como pressão alta ou gestação de gêmeos, e com uma equipe capacitada para o parto domiciliar.
A principal diferença entre os dois é a intervenção. O natural começa de forma espontânea e continua sem que se ligue o soro ou rompa a bolsa para acelerar as contrações, sem corte no períneo ou empurrão na barriga para encurtar o período expulsivo, e sem analgesia, comuns no parto normal.