Saúde e Bem-Estar
Entenda como funciona o plano de parto
Relatos de quem fez o Plano de Parto confirmam como o momento pode ser ainda mais emocionante e único.
Para que o momento do parto seja especial, a gestante deve ter todas as informações necessárias para que tudo ocorra conforme imaginado. E desenvolver um Plano de Parto é uma das Recomendações da Organização Mundial da Saúde, um documento criado a partir da reunião do órgão com a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), em 1985 e que, mesmo passadas três décadas, pode ajudar bastante as mães que querem dar à luz de forma segura e única.
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As orientações para tornar o parto um momento mais tranquilo passam pela participação das mulheres no desenho e avaliação dos programas, a liberdade de posição no parto, a presença de acompanhante e o fim de procedimentos como enemas, raspagens e o uso de rotina da episiotomia (incisão efetuada na região do períneo para ampliar o canal de parto).
O Plano de Parto é um documento feito pela gestante em conjunto com o médico para orientações do que ela deseja e podem incluir: onde a mulher quer ter seu bebê, quem vai estar presente e quais procedimentos ela aceita que sejam feitos e quais prefere evitar.
Antes de fazer o plano, é importante que a futura mãe procure o médico que está fazendo o acompanhamento para alinhar todas as questões. “A gestante não deve ter medo de perguntar o que irá acontecer com ela em um procedimento padrão. Se, em algum momento, eles não estiverem de acordo, podem ser indicados em seu plano de parto como algo a se evitar”, diz o ginecologista e obstetra do Hospital Santa Cruz, Marcelo Guimarães Rodrigues.
Os relatos de quem fez o Plano de Parto confirmam como o momento pode ser ainda mais emocionante e único. Foi assim com a funcionária pública Maria Claudia Lara, de 35 anos, que conheceu essa possibilidade ao assistir um documentário sobre o tema. “Eu tinha um pouco de receio até de pensar sobre a tal dor do parto, como a maioria das mulheres”, conta. Após saber que tinha como colocar no papel seus desejos, ela foi atrás de mais informações e antes mesmo de engravidar ela já tinha mudado consideravelmente seu modo de pensar.
Recusa
Maternidades e médicos podem recusar o plano feito pela gestante. Os especialistas dizem que isso ocorre quando as especificações vão contra algum procedimento que o obstetra acha importante caso ocorram emergências.
Rodrigues deixa claro que se a gestante não aceitar a mudança, tem total liberdade de encontrar outro médico que possa atender as suas necessidades e que, nesse momento, é importante avaliar a relação de confiança estabelecida entre paciente e obstetra para chegarem a um acordo.
Maria Claudia mudou de ginecologista já grávida, ao perceber no discurso da profissional que a acompanhava pouca simpatia pelo parto humanizado. “Fui em três especialistas até encontrar a minha obstetra, que eu escolhi com muita tranquilidade e me orientou e me ajudou com meu plano de parto”, diz ela, cuja filha Tarsila nasceu em novembro do ano passado. “Linda e forte”, completa.
RECOMENDAÇÕES
A OMS divulga diversas orientações quanto as condutas médicas que precisam ser evitadas ou incentivadas no parto humanizado:
- O plano deve ser individual, determinando onde e por quem o parto deve ser feito. O documento deve ser feito durante a gestação e comunicado ao marido.
- Avalie os fatores de risco da gravidez durante o cuidado pré-natal e reveja cada um dos itens antes do parto.
- A gestante pode receber líquidos por via oral e tem direito a privacidade no local do parto.
- Os médicos e prestadores de serviço devem oferecer todas as informações necessárias para a sua tomada de decisão.
- A mulher pode optar para que não se use métodos invasivos nem farmacológicos para alívio da dor durante o trabalho de parto e sim técnicas de massagem e relaxamento.
MODELOS
Algumas informações e modelos de plano de parto podem ser encontrados no site.
