Alterações na visão são normais, especialmente no fim da gestação (Foto: Bigstock).
Visão turva ou embaçada é normal durante a gestação, especialmente nos últimos meses. As alterações hormonais e a maior retenção de líquidos fazem com que o olho fique mais ressecado que o normal, enquanto a córnea – a primeira película dos olhos, onde fica a lente de contato – tem um aumento na espessura e alteração na sua curvatura. Esses fatores, em conjunto, podem prejudicar a acuidade visual da gestante, de forma temporária.
Durante esse período, é preferível que a gestante deixe de usar a lente de contato se sentir o desconforto visual devido ao ressecamento, de acordo com o oftalmologista Luiz Carlos Portes, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia. “As alterações acontecem, normalmente, no fim da gestação. Depois que a criança nascer, refazemos o exame de refração para verificar como está a visão”, diz Portes.
Depois do nascimento, no puerpério, o desconforto pode continuar, mas assim que os hormônios reduzirem, a acuidade visual também retornará, segundo a oftalmologista Luisa Moreira Hopker, médica do Hospital de Olhos, especialista em oftalmologia pediátrica e estrabismo. Além disso, nem todas as gestantes vão apresentar essas alterações.
“Nos primeiros sinais de desconforto, é bom consultar um oftalmologista, porque existem outras alterações que podem ocorrer nos olhos, independentemente da gestação, como na retina ou mudança de grau, que precisam ser verificadas”, explica a médica.
Prevenção
A melhor prevenção da gestante é o acompanhamento médico frequente durante a gravidez. Se tiver hipertensão, diabetes ou risco de eclampsia, o cuidado é redobrado. De acordo com o médico oftalmologista, a gestante pode ter uma elevação severa da hipertensão arterial, acima de 14/9, que acarreta alteração na retina. “Na retina existem veias e artérias que, com a pressão arterial elevada, podem ter hemorragias. Isso se verifica pelo exame de fundo de olho”, afirma Portes.
Descubra na ecografia
Algumas alterações visuais no bebê podem ser descobertos ainda durante a gestação, através do exame de ecografia. Verifique os principais, de acordo com a médica especialista em oftalmopediatria e estrabismo, Luisa Hopker.
Catarata congênita. Com o diagnóstico feito ainda durante o útero, a mãe tem a possibilidade de se programar para, entre quatro a seis semanas depois do nascimento, fazer a cirurgia que corrige a catarata no bebê. A condição também é detectada pelo teste do olhinho, e pode causar cegueira.
Alteração no saco lacrimal. Embora não tão grave quanto à catarata congênita, a alteração no saco lacrimal da criança também pode ser detectada ainda no útero da mãe. O tratamento é precoce, mas depende de como a criança está de saúde e se existe alguma infecção associada.
