Tem roupa que não combina com o agora, mas combina com a gente. E talvez seja exatamente isso que a faz especial.
O boom dos brechós, da moda de arquivo, das reedições de peças que marcaram época não é só sobre estilo. É sobre memória. Vestimos a jaqueta jeans do pai, o vestido da avó, a camiseta da banda da adolescência. E, de repente, aquele look é mais sobre quem fomos do que sobre o que está em alta.
A moda, que durante décadas correu atrás da novidade, agora parece andar de mãos dadas com o afeto. Procuramos a história por trás da peça, seja ela nossa ou emprestada de outra geração. Vestir algo com passado virou também uma forma de estar presente. Um modo de dizer ao mundo quem somos, sem precisar explicar muito.
Nesse novo olhar, não é raro encontrar mais significado em uma peça usada do que em uma recém-lançada. O tecido já carrega vivências, o corte já sobreviveu a modas passageiras, o caimento já moldou outras versões de nós. É como se, ao escolher o que vestir, também escolhêssemos o que queremos lembrar.
Não à toa, marcas têm relançado clássicos, aberto seus arquivos e apostado em coleções que dialogam com o sentimento, não apenas com os dados. A lógica do consumo rápido dá lugar a um desejo mais lento, mais consciente — que considera não só a estética, mas também a origem, o tempo e a intenção de cada peça.
No fim, talvez o melhor styling venha mesmo de dentro. Porque tem roupa que não está nas trends do momento, mas te abraça. E tem look que vale mais pelo que faz lembrar do que pelo que mostra.
O que você tem usado ultimamente?
Tem buscado roupas que contam histórias ou que apenas seguem as manchetes?
A moda que veste você também representa quem você é?