Moda e Beleza

O luxo virou pop e o pop virou luxo. E agora?

Fabbi Cunha
Fabbi Cunha
02/09/2025 11:46
Thumbnail

Mais que grifes: o novo luxo é feito de escolhas autênticas. Crédito: Reprodução.

Kylie Jenner de Acne Studios. Rihanna desfilando com Maison Margiela. Sabrina Sato usando Alaïa com a mesma desenvoltura que cruza a Sapucaí. Estamos vivendo uma nova era em que o luxo já não desfila apenas nos salões fechados da elite, mas também nas timelines do TikTok e do Instagram, nos closets das celebridades pop, e até nas vitrines dos shoppings.
O que antes era inalcançável virou figurinha repetida nas redes. O logo perdeu força, a exclusividade mudou de endereço, e a pergunta que fica é: se todo mundo pode ter o look da campanha, o que ainda é exclusivo?
A resposta? A exclusividade talvez esteja no olhar.
Na era das redes sociais, a moda une alta-costura, brechó e identidade. Crédito: Reprodução.
Na era das redes sociais, a moda une alta-costura, brechó e identidade. Crédito: Reprodução.

Sim, o luxo se popularizou. Mas junto com ele, veio a overdose de informação visual, de tendências instantâneas, de estética copiada em escala global. E nesse mar de referências, o que realmente se destaca é quem sabe curar, não só seguir.
Hoje, o luxo não está mais (só) no valor da etiqueta. Está mais centrado no valor simbólico da escolha.
Está no jeito de misturar um vestido Alaïa com uma havaiana vintage herdada da mãe.
Está no Reels ou no TikTok que mostra um look inteiro Balenciaga, mas tem trilha sonora de Alcione e alma brasileira. Está na bolsa de grife garimpada em brechó, e no styling que transforma uma peça em mil possibilidades.
Não é sobre preço, é sobre percepção.
Se antes a moda era feita para mostrar status, agora ela serve para contar histórias e gerar novas narrativas não só estéticas e visuais. A mulher que escolhe a dedo o que veste não quer parecer rica, quer parecer única. Quer provocar, quer encantar. Ou simplesmente quer fazer rir, sem que isso seja um problema.
Afinal, o verdadeiro luxo, hoje, é conseguir ser original num mundo que já viu de tudo.
E isso, minha amiga, nenhum algoritmo entrega.