Mulheres acima dos 50 anos não são os únicos alvos do câncer de mama, e as jovens estão cada vez mais na mira da doença. De acordo com especialistas, tem-se tornado comum que pacientes entre 35 e 40 anos descubram os nódulos do câncer, sendo que apenas 5% dos casos são hereditários, ou decorrentes de um histórico familiar. Na grande maioria das vezes, a causa é esporádica, relacionada ao ambiente e hábitos da mulher, como alimentação e uso de anticoncepcionais.
A tendência do câncer entre as mais jovens tem dois fundamentos principais, segundo Sergio Hatschbach, médico oncologista do Hospital Erasto Gaertner. “Você pode ter uma lesão não palpável, nem por médico, e encontrar na mamografia. Desse momento até se tornar uma lesão palpável, pode levar três a quatro anos. A rotina é aos 40 anos fazer a mamografia, em casos normais”, explica Hatschbach.
O segundo ponto tem relação direta com o efeito hormonal. “O uso de terapia hormonal em jovens, através de tratamentos hormonais e anticoncepção, não faz o câncer aparecer, mas funciona como um estimulante, um poder de fogo. Basta uma célula para o câncer se dividir”, diz. De acordo com dados de 2007 da Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC), houve um aumento discreto do risco do contraceptivo oral para o câncer de mama em usuárias atuais ou recentes comparadas às mulheres que não fazem uso do anticoncepcional.
O aumento no risco foi observado em mulheres com menos de 35 anos e que começaram a tomar o anticoncepcional, independentemente do tipo, se é com estrogênio e progesterona, ou apenas progesterona, antes dos 20 anos de idade. Porém, o que influencia no risco não é o uso prolongado, mas a elevada dose dos hormônios, de acordo com o documento do IARC.
Estrogênio arriscado
A obesidade também é um fator de risco importante para o desenvolvimento de câncer de mama entre as mais jovens. Segundo o mastologista Helio Rubens de Oliveira Filho, professor assistente de Tocoginecologia da UFPR, o aumento de tecido adiposo, ou da gordura, faz com que o organismo tenha uma maior quantidade da enzima aromatase, que aumenta o estrogênio circulante, aumentando o risco para o câncer de mama. “Outros fatores de risco conhecidos é ter o primeiro filho depois dos 30 anos, e não amamentar. Característica comuns nos dias atuais”, diz Oliveira.
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