Condição pode afetar até 30% das mulheres em algum momento da vida
Curitiba tem condições que agravam a alopecia, mesmo problema de Xuxa
A alopecia, condição que causa a perda de cabelo, afeta milhões de brasileiros. Dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) indicam que a alopecia androgenética, tipo mais comum da doença, atinge cerca de 30% da população feminina e até 80% dos homens em algum momento da vida, principalmente após os 50 anos de idade.
A condição pode ter um impacto significativo na autoestima e qualidade de vida das pessoas, como revelado neste mês de março pela apresentadora Xuxa Meneghel, que compartilhou publicamente seu diagnóstico e tratamento.
Xuxa revelou, em entrevista, que sempre teve cabelos finos e que a alopecia androgenética, de origem genética, causou falhas em seu couro cabeludo. Após o diagnóstico, a apresentadora optou por raspar a cabeça e realizar um transplante capilar, procedimento que consiste em redistribuir os folículos capilares para áreas afetadas pela calvície. A revelação de Xuxa aumentou a conscientização sobre a alopecia feminina e incentivou outras mulheres a buscarem ajuda profissional.
Curitiba tem clima que aumenta a incidência de alopecia
Em Curitiba, cidade com clima úmido e frio, a alopecia apresenta desafios específicos. Denise Guaita, dermaticista com especialização em tricologia, explica que o clima da região pode contribuir para a oleosidade excessiva do couro cabeludo, favorecendo dermatites seborreicas e inflamações que enfraquecem os fios e aumentam a queda.
"O frio também leva as pessoas a tomarem banhos muito quentes, o que pode desregular a produção sebácea e causar ressecamento do couro cabeludo, prejudicando o crescimento capilar. A poluição do ar das grandes cidades também é um fator relevante, já que partículas finas podem obstruir os folículos capilares e aumentar a queda, além de gerar estresse oxidativo que acelera o envelhecimento dos fios", detalha Denise.
Outro desafio em Curitiba é a dificuldade em encontrar profissionais especializados em alopecia feminina. A especialista afirma que embora Curitiba tenha bons profissionais, nem todos oferecem um tratamento personalizado para patologias como Alopecia por exemplo.
"A maioria oferece um tratamento genérico, receitando os mesmos medicamentos, o que pode limitar as opções de tratamento para quem busca alternativas menos invasivas", avalia. "Recomendo abordagens integrativas e naturais, oferecendo tecnologias como a eletroporação, técnica não invasiva que aplica pulsos elétricos para aumentar a permeabilidade da pele e permitir a penetração de ativos específicos para cada patologia. Em alguns casos, associamos a alguns tipos de lasers também".
Influência europeia pode agravar casos
A alopecia em Curitiba também pode estar relacionada a fatores genéticos e deficiências nutricionais. A população da cidade, com forte influência europeia, apresenta maior predisposição genética à alopecia androgenética. Além disso, a deficiência de vitamina D, comum entre as mulheres da região, e o estresse do estilo de vida moderno podem desencadear o eflúvio telógeno agudo, condição que causa queda acentuada e temporária dos fios.
Denise Guaita explica que a capital paranaense tem um clima mais úmido e frio boa parte do ano. Isso pode contribuir para maior descamação do couro cabeludo e inflamações que podem agravar a queda capilar. Em comparação a outras regiões mais secas e quentes, como o Nordeste, podem ter mais casos de queda associada ao ressecamento e exposição solar intensa.
Alimentação, ajuda profissional e manutenção do estresse são formas de prevenção
Para prevenir a progressão da alopecia, Denise recomenda atenção aos sinais de alerta, como queda acentuada, afinamento dos fios e afastamento da linha média do cabelo. A busca por ajuda profissional é fundamental para um diagnóstico preciso e tratamento individualizado. A dermaticista também enfatiza a importância de manter uma alimentação equilibrada, controlar o estresse, evitar químicas agressivas nos cabelos e adotar técnicas de cuidado capilar, como massagens e uso de óleos essenciais.
"Ficar atenta aos sinais, como queda acentuada dos cabelos, afinamento dos fios e procurar ajuda de um profissional é uma forma de prevenir a evolução da Alopecia. Manter uma alimentação equilibrada, pois a deficiência de ferro, zinco, biotina e vitamina D pode levar a queda capilar. Incentivar uma dieta rica em proteína, vegetais e gorduras saudáveis podem fortalecer os fios", aconselha.
Técnicas como meditação, terapias e atividade física também são essenciais para a prevenção, aponta a especialista Evitar químicas agressivas como alistamentos, descoloração e progressiva enfraquecem os fios e podem levar a Alopecia por danos químicos.
"Técnicas como massagens capilares, para estimular o couro cabeludo, e uso de óleos essenciais específicos que contenham propriedades antiinflamatórias podem ajudar a prevenir a queda. Lavar os cabelos de 3 a 4 vezes por semana para manter o couro cabeludo sempre limpo previne a inflamação e consequentemente a queda", completa a dermaticista.
Em relação ao tratamento da alopecia, existem diversas opções disponíveis. A finasterida e o minoxidil são medicamentos comumente prescritos para alopecia androgenética, com diferentes mecanismos de ação e indicações. No entanto, é importante ressaltar que a finasterida não é recomendada para mulheres e pode causar efeitos colaterais em homens. O minoxidil, por sua vez, pode ser utilizado por ambos os sexos, mas não promove o crescimento de cabelos perdidos, apenas retarda a progressão da calvície.
Em Curitiba, a Associação Brasileira de Tricologia (ABT) oferece um curso de pós-graduação em tricologia e ciência cosmética, que aborda diversas disfunções capilares, incluindo alopecias. A especialização capacita profissionais da saúde e estética a realizar avaliações capilares completas e aplicar tratamentos atualizados.
